quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pintura facial de uma jovem mulher Surma - Etiópia

Os Surmas da Etiópia

Os Surmas habitam as áreas próximas à fronteira do Sudão, mas esse limite político pouco significa para a maioria desses povos, especialmente para os que vivem longe da única estrada que existe na região.
Vivem à margem do mundo, e mantém costumes tribais seculares.
Surma é o coletivo que os etíopes usam para designar as tribos Suri, Mursi e Me'en.
Esses três grupos falam as línguas do ramo sudeste do grupo linguístico Surmico.
As tribos estão situadas ao sul da Etiópia, na costa oeste do Rio Omo.
Os três povos compartilham uma cultura semelhante.
Sua terra natal é longínqua, localizada nas montanhas desoladas, e as rivalidades tradicionais com seus vizinhos tribais, como o Nyangatom tornaram-se bastante sangrentas com a chegada do fuzil automático Kalashnikov que se tornou disponível durante a Guerra Civil sudanesa.
A polícia só permite aos estrangeiros que viajam para essa região se contratarem uma guarda pessoal armada.
Eles possuem uma cultura bélica, com um gosto para o combate.
Após a temporada da colheita, se preparam para realizar suas celebrações.
Uma delas acontece uma vez por ano e que brinda aos jovens a oportunidade de demonstrar sua força e seu valor.
Por serem muito competitivos lutam com varas, em cerimônias chamadas Donga ou Sarginay que trazem grande prestígio para os homens, especialmente ao procurar uma noiva, correndo o risco de lesões graves e até mortes.
Durante as lutas, os homens raspam a cabeça e não usam quase roupas.
A maioria das mulheres começa a embelezar-se para o casamento desde cedo. Removem seus dentes inferiores e perfuram os seus lábios, para inserir um disco de barro. Com exposição a outras culturas, no entanto, um número crescente de meninas começou a abandonar esta prática.
Os filhos pintam-se com argila branca pontilhada no rosto ou no corpo.
O ato de pintar é por si só um ritual, no qual cada jovem se empenha em demonstrar o seu talento artístico.
Suas aldeias normalmente variam de 40 a 1000 pessoas, mas algumas podem chegar a 2500 pessoas. A vida nos vilarejos é em grande parte comunal, partilhando a produção de gado. Eles tomam leite misturado com sangue, assim como fazem os Maasai. Seus chefes são escolhidos entre os mais velhos da tribo e usam a coroa real de pele, o que não lhes garante a perpetuidade. Poucos Surmas falam o Amharico, a língua oficial da Etiópia, e o seu nível de alfabetização é muito baixo.

Reserva natural da Etiópia

A Etiópia é uma terra de contrastes naturais, desde os topos das montanhas rochosas de Simien até as terras baixas da Depressão de Danakil, a 120 metros abaixo do nível do mar, um dos mais baixos e secos pontos do planeta (que pertence também a Eritréia).
A Topografia do país compreende planalto elevado, área de montanhas e planícies secas (NO e SE) e lagos. O relevo montanhoso é formado pelos planaltos da Etiópia (a leste) e da Somália (a oeste) e dividido pelo Vale da Fenda (sentido sudoeste-nordeste).
Uma cornucópia de beleza natural abençoa o país e oferece uma variedade de lugares como as terras altas dos Alpes africanos (com 4.300 metros), desertos salinos, terras de lagos com, pântanos e montanhas, savanas, grandes cascatas e florestas densas.
A Etiópia têm muitos parques nacionais (em negrito, parques com girafas) como as subespécies de girafas que vivem nesse país:
Giraffa camelopardalis (Núbia)
Giraffa camelopardalis reticulata

Fotos revelam um povo "esquecido" na África

Um equipe de documentaristas russos registrou recentemente imagens dos surmas, povo que ocupa uma área remota no sudoeste da Etiópia e que não tinha contato com ocidentais há cerca de 35 anos.
O documentário intitulado "Donga: Porque Nós Lutamos" foi realizado por Sergei Vertelov, Leonid Kruglov e sua equipe.
O contato anterior dos surmas com o "homem branco" havia ocorrido durante um campanha de vacinação a poliomielite na década de 1970.

da BBC Brasil
foto de Carol Beckwith e Angela Fisher
As fotógrafas Beckwith e Fisher realizaram um autêntico trabalho antropológico durante os trinta anos que levaram fotografando as cerimônias da África.
Aproveitando a desvantagem aparente de sua condição feminina e graças à sua adversidade, conseguiram ganhar a confiança dos homens e mulheres das diversas tribos que visitaram, aceitando registrar sua vida cotidiana e seu mundo espiritual de uma maneira que nenhum homem conseguiu antes.