terça-feira, 8 de novembro de 2011

Povo Bororo - Grupo Fulani - Nigéria

Os Bororos do grupo étnico Fulani que vive na Nigéria são pastores nômades que habitam a margem esquerda do rio Niger.
Seguem as tradições de seus antepassados, sendo considerados como o grupo mais puro dentre os Fulani.
Para eles a posse de gado é o símbolo de saúde e bem estar. A posição social de um homem conta pela quantidade de gado que possui.
Dão nomes a seus animais e cuidam com mimos e carinhos já que são a fonte de sua subsistência.
São muçulmanos na sua grande maioria, pertencentes ao rito malakita apesar de manter suas praticas pré-islâmicas, das quais se orgulham.
Dão grande importância à aparência e a beleza, sendo frequente o uso das escarificações e alterações nos pés e no crâneo.

Sociedade

No decorrer do ano, os Bororo Fulani viajam com suas manadas. Cada membro da família possui tarefas específicas.
As responsabilidades dos homens incluem a atenção com o rebanho, os assuntos políticos, o trato das doenças e o planejamento das rotas.
Os deveres das mulheres são ordenha das vacas, a preparação da manteiga e do queijo, o tecido das roupas e mantas e a preparação das comidas diárias.
A uma mulher exige-se estreita obediência ao marido. Deve segui-lo por toda parte, porém nunca demonstrar intimidade.
Os Bororos defendem o cumprimento de um rigoroso código moral, que destaca os valores de generosidade, honradez e respeito ao próximo.
São pessoas geralmente muito reservadas em público. A separação entre os sexos é tamanha que não se permite às mães estarem constantemente com seus filhos pequenos, sendo falta de respeito demonstrar seus afetos na presença de estranhos.
Os filhos vão recebendo marcas e escarificações na testa e narizes à medida que vão crescendo. Costumam fazer alterações nos seus crâneos e pés para torna-los mais belos.

A festa do Guerewol

Durante o ano os Bororos, viajam em busca de pastagem para seu gado.
Perambulam livremente entre os limites do Saara com o sahel, desconsiderando as fronteiras que lhes foram impostas durante i século XX.
No mês de setembro quando termina a estação das chuvas, deslocam-se até o norte para festejarem o nascimento dos novos pastos.
Durante algumas semanas se reúne e organiza festas. É uma grande ocasião para reforçar seus laços tribais e reafirmar sua identidade, além de favorecer os pactos entre os diferentes clãs e propiciar encontros para os jovens se conhecerem.
O Gerewol é o nome desta festa, um verdadeiro concurso de beleza masculino onde o júri feminino elege seus varões.
Homens maquiados e colocados ombro a ombro, dançam até o amanhecer enquanto tomam um preparado de leite com ervas.
Demonstram todas suas qualidades masculinas numa dança onde prima a mímica e o frenético movimento dos olhos.
E exibem suas dentições brancas nos rostos recobertos por unguentos de cores ocres e amarelas.
Em plena dança onde eles dão estalidos com os dentes, e elas os observam atentamente.
Se acaso elas os convidarem para passear atrás da duna, saberão que foram escolhidos para serem os seus companheiros.

Foto de Carol Beckwith e Angela Fisher


As fotógrafas Beckwith e Fisher realizaram um autêntico trabalho antropológico durante os trinta anos que levaram fotografando as cerimônias da África.
Aproveitando a desvantagem aparente de sua condição feminina e graças à sua adversidade, conseguiram ganhar a confiança dos homens e mulheres das diversas tribos que visitaram, aceitando registrar sua vida cotidiana e seu mundo espiritual de uma maneira que nenhum homem conseguiu antes.