Em 4 de novembro de 2002, Pierre Verger faria 100 anos. Nesta ocasião, a Fundação Pierre Verger celebrou de abril de 2002 a junho de 2003, o centenário de nascimento de seu instituidor. Ponto forte dessas festividades, a exposição itinerante O olhar viajante de Pierre Fatumbi Verger, concebida especialmente para estas comemorações, foi apresentada nas principais cidades do Brasil:
Rio de Janeiro (abril – maio de 2002),
São Paulo (julho – agosto de 2002),
Brasília (setembro-outubro de 2002),
Salvador (outubro - novembro de 2002),
Recife (dezembro 2002 - janeiro de 2003),
Belém (maio - junho de 2003).
O sucesso foi tanto que um grupo de empresas públicas se manifestou com o objetivo de dar uma segunda vida à exposição no Nordeste e eventualmente no extremo sul do país (Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis).
Paralelamente a esta exposição seminários reunindo especialistas e amigos de Pierre Verger foram organizados em cada uma das cidades visitadas, a fim de analisar e aprofundar a obra do fotógrafo-etnólogo.
As celebrações do centenário de nascimento de Pierre Fatumbi Verger foram, além disso, acompanhadas pela publicação e reedição de várias obras, cada uma dentre elas trazendo um novo testemunho sobre a obra e a vida de Pierre Verger.
Enfim, em Salvador, onde a exposição aconteceu entre os meses de outubro e novembro de 2002, outras atividades culturais foram organizadas: concertos musicais no bairro onde se situa a FPV, homenagens religiosas no terreiro Axé Opô Aganju, organização de muitas conferências e lançamentos de vários livros. No Museu de Arte Moderna, onde a exposição itinerante foi apresentada, duas exposições suplementares permitiram recriar a atmosfera da cidade de quando Pierre Verger chegou à Salvador e a do final da sua vida.
A exposição reúne mais de 400 fotos que documentam as viagens e as pesquisas de Pierre Verger na África e na Bahia. Com a intenção de dar uma ampla visão do trabalho e da vida de Pierre Verger, a exposição apresenta também alguns objetos pessoais, como a sua câmara fotográfica e algumas correspondências. Tecidos africanos são utilizados compondo a cenografia. O visitante poderá também assistir ao vídeo documentário que Gilberto Gil realizou sobre Verger pouco antes da sua morte, intitulado Pierre Fatumbi Verger, mensageiro entre dois mundos.
Sobre Pierre Verger
Fotógrafo-etnólogo-historiador-babalaô, Pierre Verger era autodidata sem formação acadêmica. Percorreu o mundo pesquisando e registrando as características dos povos na Europa, Ásia, Oceania, Américas e especialmente, África e Brasil. Verger faz parte de um grupo de estudiosos da cultura brasileira que domina a técnica e a linguagem da fotografia. Por esse caminho, ele se converteu em pioneiro e mestre de um novo ramo de conhecimento: a antropologia visual.