A palmeira chega a 15 m de altura. Seus frutos são de cor alaranjada, e a semente ocupa totalmente o fruto. Seu rendimento é muito grande, produz 10 vezes mais óleo que a soja, quatro vezes mais que o amendoim e duas vezes mais que o coco.
Da amêndoa do fruto se extrai também um óleo usado em cosmética e na fabricação de chocolate.
O dendê é muito usado na culinária baiana, que se baseia em sabedoria ancestral trazida da África.
Dá à comida sabor, cor e aroma peculiares, de que é exemplo o vatapá.
O óleo de dendê é avermelhado devido a grande quantidade de vitamina A, 14 vezes maior que na cenoura.
No entanto, o aquecimento do óleo para frituras acaba destruindo a vitamina A e deixando o óleo branco.
O dendezeiro é originário da Costa Ocidental da África (Golfo da Guiné), sendo encontrado em povoamentos subespontâneos desde o Senegal até Angola; foi trazido, no século XVII, ao Brasil e adaptou-se bem ao clima tropical úmido do litoral baiano.
A importância do azeite retirado do dendezeiro, chamado óleo de dendê ou azeite de palma, pode ser vista com o Alvará Régio, de 1813, do Príncipe Regente D. João, ao isentar de taxas de alfândega o sabão e o azeite de palma ou como é mais conhecido óleo de palma ou ainda óleo de dendê vindos da Ilha de São Tomé, na África.
Segundo Edison Carneiro, no seu livro Ladinos e Crioulos:
"O dendê constitui um dos poucos resultados benéficos do comércio negreiro com a África, pois fornece um óleo ou azeite de grande riqueza em provitaminas A. não o trouxeram os escravos, mas os traficantes.
Parece viável a suposição de que os primeiros indivíduos dessa espécie vegetal tenham vindo da Costa da Mina: era "dos melhores" o óleo que se adquiria no porto de Lagos, escoadouro da maior produção mundial – a da atual Nigéria.
Os traficantes de escravos acrescentaram o dendezeiro à paisagem natural do Brasil sem maiores dificuldades.
Era natural que o plantassem primeiro na Bahia, então o grande centro do comércio de negros."
Na obra Notícias da Bahia (1759), José Antonio Caldas informou que os navios negreiros frequentavam a Costa da Mina para negociar "azeite de palmas" além de escravos.
O azeite conquistou facilmente a preferência da população que se vale do dendê de vários modos e maneiras, seja como tempero, seja como alimento, seja para outros fins.
Os côcos do dendezeiro costumavam ser fervidos e em água e sal, para consumir a polpa, que ficava mais tenra e macia.
O "Cafuné" é a polpa do coco novo retirado do "olho" do cacho, que pode ser comida crua e é considerado uma verdadeira guloseima.
O "Bambá" é o sedimento acumulado no fundo do tacho depois da primeira fervura, de coloração turva.
Costumava ser vendido pelas ruas da cidade da Bahia em medidas de folhas-de-flandres e comido com farinha e sal.
E o "Catetê”, de sabor muito apreciado pelos baianos, são os últimos restos da borra, quando o azeite está chegando ao ponto, e que se aglutinam em forma de torresmos.
Manuel Querino conta que os negros faziam vinho de dendê na Bahia – uma beberagem muito estimada na África."
Os africanos costumam usar a seiva fermentada das palmeiras para a obtenção de vinho.
Na África Central e no Congo costumam preparar o "ngasi” (N-ga-xi), extraído da polpa da palmeira do dendê (Elaeis guineense).