Os povos iorubas do sudoeste da Nigéria e dos países vizinhos Benim e Togo, somam aproximadamente 15 milhões de pessoas.
A maioria vive nos limites da faixa tropical, mas os descendentes do poderoso reino de Oyó incluem grupos que habitam nas bordas das savanas ao norte.
Testemunhas arqueológicas sugerem que seus ancestrais teriam vivido nas mesmas áreas desde os tempos pré-históricos.
Em meados do século 18, o trafico de escravos para a América desestruturou toda a população da África ocidental.
Escravos de descendência iorubana foram levados para Cuba e para o Brasil, onde se encontram elementos de suas culturas e de suas línguas.
Os Iorubas constituem o segundo maior grupo étnico na Nigéria, representando 18% da população total aproximadamente.
Vivem em grande parte no sudoeste do país; também há comunidades de iorubas significativas no Benin, Togo, Serra Leoa, Cuba e Brasil.
Os iorubas são o principal grupo étnico nos estados de Ekiti, Kwara, Lagos, Ogun, Ongo, Osun, e Oyo.
Um número considerável de iorubas vive na República do Benin, ainda podendo ser encontradas pequenas comunidades no campo, em Togo, Serra Leoa, Brasil e Cuba.
A maioria dos iorubas é cristã, com Igrejas da Nigéria (Anglicana), Católica, Pentecostal, Metodista, e igrejas Indígenas de que são adeptos.
O Islã inclui aproximadamente um quarto da população ioruba, com a tradicional religião ioruba respondendo pelo resto.
Os iorubas têm uma história urbana que data de 500 D.C. As principais cidades iorubas são Lagos, Ibadan, Abeokuta, Akure, Ilorin, Ogbomoso, Ondo, Ota, Shagamu, Iseyin, Osogbo, Ilesha, Oyo e Ilé-Ifè.
O território iorubano é composto por vários reinos, onde os direitos sobre o uso da terra são patrilineares.
O termo ioruba foi difundido a partir do século XIX para designar os povos que, além da mesma língua, tinham a mesma cultura e tradições originárias de Ilé-Ifè, onde, segundo os mitos, o primeiro rei iorubá, Odùduwà, estabeleceu-se, vindo do leste.
O nome "Ioruba" tem sua origem no termo Hauçá para designar o reino de Oyó, significando "O povo do reino de Oyó", e seu uso foi generalizado pelos missionários que lá chegaram por volta de 1840.
Oyó foi uma cidade-estado proeminente entre os séculos 16 1e 18, mas não foi a única.
Os povos da Cidade do Benin, na atual Nigéria, que falam uma língua semelhante, também tem sua origem ancestral ligada ao reino de Ifé.
Além de Ioruba e sua variante “Iaribá", esse grupo já foi conhecido por uma serie de outros nomes, em tempos e lugares diferentes, como "Yorubo", "Akú", "Okun", "Nago", "Anago" e "Ana" e "Lucumi".
Antes da abolição do trafico negreiro, alguns grupos iorubas eram conhecidos por Akú pelos europeus, uma palavra derivada do cumprimento "Ẹ kú àárọ" significando bom dia e Ẹ kú alẹ, boa noite.
Uma variante desse grupo é chamada de Okun, que é uma forma de dizer a mesma coisa. Estes fazem parte dos iorubas que habitam os estados de Kogi - os "Yagba", Ekiti e Kabba.
Os termos Nagô, Anagô e Ana são derivados de um subgrupo que habita a atual Republica do Benim, amplamente usado por espanhóis e portugueses para designar todos os povos de fala ioruba.
Ainda hoje são conhecidos por Nagôs os iorubanos que vivem nos países francófonos da África ocidental.
Em Cuba e na América hispânica, são chamados de "Lucumi" por causa da frase "O luku mi", significando "meu amigo" em alguns dialetos.
A grande maioria dos iorubas vive no sudoeste da Nigéria, mas um numero considerável constitui uma das maiores etnias da Republica do Benim (que não deve ser confundida com a Cidade do Benim, na Nigéria).
Ha também enclaves no Togo, especialmente nos arredores da cidade de Atakpame.
E um numero considerável de pessoas no mundo todo que reivindicam sua ancestralidade Iorubana.
O povo ioruba veio se organizando em reinos e vivendo em cidades ha mais de 1500 anos.
Eles criaram uma economia forte baseada na agricultura, comercio e produção artesanal.
Suas tradições artísticas, fantásticas e originais, incluem o entalhe, a escultura, a metalurgia, a tecelagem e o artesanato em contas de vidro.
Os iorubas começaram a usar o ferro para criar utensílios e armas desde o século cinco AC.
Essas ferramentas facilitaram o cultivo da terra. Suas plantações compreendiam o inhame, seu alimento básico.
Além disso, colhiam as sementes da palmeira do dendê, para a fabricação do azeite que usavam para cozinhar. E cultivavam as nozes de cola.
Com o tempo começaram a plantar o sorgo e o arroz.
As suas cidades começaram a aumentar de tamanho devido a sua produção agrícola, e assim foram criando grandes cidades.
Eles organizaram suas comunidades em clãs, ou em famílias prolongadas.
Famílias que tinham os mesmos ancestrais moravam ao lado das outras em grandes assentamentos.
Os anciões eram eleitos os responsáveis pela comunidade.
E as cidades se organizavam em torno do tipo de trabalho que seu povo produzia.
Após a partilha colonial da África (Congresso de Berlim de 1884-85), esses povos ficaram divididos e hoje estão localizados em cinco países:
A maioria no sudoeste da Nigéria, uma parte na República Popular do Benim (ex-Daomé) e alguns grupos no Togo, em Gana e Serra Leoa.