O histórico Projeto Teatral Pan Africano conhecido atualmente como PANAFEST foi proposto pelo falecido Efua Sutherland em meados dos anos 1980 como um veículo cultural para reunir os africanos do continente e da diáspora ao redor das questões levantadas pela escravidão que continuam sendo abafadas.
O PANAFEST aborda uma interrupção, a mais traumática que já ocorreu na evolução natural das sociedades africanas, e que entre outros traumas, abalou profundamente a autoconfiança e liberdade para a autodeterminação de todo um povo. Estes fatores constituem um obstáculo para o progresso dos africanos e, portanto devem ser sepultados. O litoral da Costa de Gana está pontilhado com grandes memoriais que datam de mais de 500 anos de nossa era, os tempos mais turbulentos da história da África, atualmente silenciados. O festival expõe propositadamente ao mundo esses lugares para que os efeitos da escravidão sejam confrontados, para purgar a dor da diáspora e reconhecer os efeitos residuais do trafico no continente, através de um grande encontro que tem o objetivo de forjar um futuro positivo para os africanos que vivem no mundo global contemporâneo.
Juntamente com esse processo de cura, o PANAFEST também celebra a força e a capacidade de resistência da cultura africana e suas conquistas, apesar do trafico transatlântico de escravos e de suas consequências. O festival tem a intenção de ajudar os africanos a se reconectar com a sua força original para inspirar uma eterna vigilância, para dedicarem-se a reassumir plenamente os domínios de seus próprios destinos em reconhecimento da lição da história.
É urgente tornar esta iniciativa uma plataforma vital e relevante para garantir aos membros da grande família africana a oportunidade de se envolver com os seus semelhantes através de uma comunicação franca. Entre as principais questões está o tráfico de seres humanos do continente, a dispersão de cabeças pensantes, a marginalização dos africanos numa economia de conhecimento globalizado, a nova onda pela procura de recursos naturais africanos por estrangeiros e a lentidão da unificação africana. Existem também fatores positivos que compreendem permitindo as convenções mundiais e as coligações e iniciativas africanas para estabelecer empresas transnacionais, agregar valor a iniciativas comunitárias, tirar partido das tecnologias e mobilizar a força dos africanos em todo o mundo.
PANAFEST e o estado ganense
PANAFEST é um evento internacional que acontece desde os meados do século XX e torna Gana uma força propulsora para o povo africano. Desde 1994, o festival tem atraído a participação de delegações oficiais, indivíduos e grupos de países da África, da América do Sul e do Caribe, bem como grupos e indivíduos da Europa e Estados Unidos. O governo de Gana considera isso uma grande iniciativa nacional e congratula-se com as agências, comunidades, organizações da sociedade civil e órgãos sociais que mobilizaram recursos para complementar os esforços do governo ao longo dos anos. O governo de Gana também é profundamente grato aos governos de países irmãos na participação e da União Africana pelos auspícios para a realização desta manifestação cultural única.
PANAFEST baseia-se na premissa de que as artes, particularmente o teatro, são ferramentas poderosas de comunicação e de restauração e que um povo necessita criar novas expressões, comemorações e plataformas de diálogo para fornecer a inspiração para a mobilização de energias para atingir maiores alturas. Para este fim, a edição de 2011 será como tem sido comemorada desde a instituição do dia da emancipação como Emancipação/PANAFEST. O tema é unir a família Africana: seus desafios e perspectivas. Irá reexaminar o papel dos grandes antepassados africanos e seu espírito pioneiro em promover a libertação Pan-africana e a unidade, bem como os valorosos esforços contemporâneos de indivíduos inovadores, comunidades e países para vir a ser de um mundo alternativo.
