Arte africana contemporânea
Calixte Dakpogan é um escultor do Benin, conhecido por suas
instalações. Nasceu na cidade de Pahou onde tem vivido desde a infância, e
trabalha em Porto Novo. Originário de uma família de ferreiros da cultura fon é
autor de máscaras realizadas por assemblage de objetos, plásticos e metais, de
uma grande elegância formal.
Suas obras são feitas pela associação de resíduos reciclados
a partir dos quais reproduz rostos e máscaras. A obra de Calixte Dakpogan deve
ser analisada no contexto de seu circulo familiar, os Dakpogan, por suas
tradições e pela narrativa espiritual da cultura africana particularmente no
Benin.
A comunidade familiar Dakpogan, continua a viver em Porto Novo no Benim há centenas de anos, no bairro Goukoumé, o
bairro onde se cultua Ogum: o Deus do ferro. Neste bairro a arte do ferro forjado
remonta a mais de mil anos, e na família Dakpogan comenta-se que seus
antepassados ocupavam uma posição invejável como ferreiros na corte do rei
Toffa de Porto Novo.
A família Dakpogan não só mantém sua veneração de Ogum, mas
também conseguiu manter o titulo de forjadores Reais. A especialidade na
metalurgia da família Dakpogan foi passada de pai para filho através de
gerações, e eles continuam a trabalhar no fabrico e na fundição de peças
metálicas para o culto de Ogum e por vezes também produzem artefatos domésticos
para vender no mercado de Porto Novo.
No entanto, nos últimos anos têm adicionado outros conceitos
artísticos ao seu repertório criativo. Desde 1989, a metalurgia Dakpogan
começou a ser reconhecida no mundo da arte contemporânea, e estes ferreiros
adquiriram um novo título: Artistes-Ferailles, os artistas da sucata ferro. Combinando
engenhosamente os resíduos metálicos e a reciclagem de peças de automóveis,
motos e bicicletas, criam enormes figuras dos deuses Vodus, bem como cenas da
vida cotidiana do Benin.