Fundada em 1º de janeiro de 1958 na capital maranhense, a Casa Fanti-Ashanti representa um polo de resistência e fomento das tradições culturais, religiosas e lúdicas de nossos antepassados africanos (tal como indígenas e luso-brasileiros).
O ritual Baião de Princesas é realizado anualmente na Casa Fanti Ashanti, sempre nos dias 13 e 14 de dezembro.
A festa, desde o princípio, se iniciava na manhã do dia 12 de dezembro e só era encerrado na tarde do dia 13, dia de Santa Luzia, quando começava então o toque de Tambor de Mina para o Rei dos Mestres.
Até hoje a Casa Fanti Ashanti mantém o ritual no qual apenas mulheres dançam. Enfeitadas com saias coloridas, xales, leques e adornos, além das mantas de miçangas que vestem ao receber suas encantadas, as participantes também tocam castanholas.
Mas nem sempre foi assim. Até a década de 40, a perseguição policial obrigou que o ritual se disfarçasse de festa profana, na qual os tambores davam lugar a instrumentos como o violino, sanfona, violão, cavaquinho ou bandolim e os adufes, pandeiros sem platinelas utilizados na época.
O Baião de Princesas é apenas uma das manifestações realizadas pela Casa Fanti Ashanti, que encontra-se em atividade desde 1954.
Cumprindo caprichoso e rígido calendário anual de eventos, o terreiro comandado pelo Pai Euclides realiza ainda festas - entre sagradas e profanas - como os toques de tambor de mina, samba angola, mocambo, candomblé, cura/pajelança, bancada, avaninha, encruzo, tambor de choro, almoço dos cachorros, tambor de crioula, tambor de taboca, bumba-meu-boi da baixada, festa do Divino, carimbó de caixa.
Isso sem contar a tradicional queimação de palhinhas, com ladainhas e procissões.
Dentre as atividades da Casa contam o tambor-de-mina, o candomblé, o canjerê, o baião das princesas, o tambor-de-crioula, o bumba-meu-boi, a festa do Divino Espírito Santo, entre outros ritmos e ritos vividos e aprendidos com copiosa dedicação por seu fundador e zelador Euclides Talabyan, herdeiro do Axé de antigas casas como o Ile Nyame (MA) e o Egbé Oba Ogunté (PE).
Em São Luís, a Casa de Fanti-Ashanti fica localizada no bairro do Cruzeiro do Anil.
É uma Casa de Mina e Candomblé que mantém a tradição desde sua fundação.
Além dos rituais do Tambor de Mina, do Candomblé e das festas de Ogum, Oxossi, Obaluaiê, Oxum, Oxalá, Nanã, Oxumaré, Xangô, Oxumaré e Oyá, a Casa também realiza o “Samba de Angola” para os boiadeiros.
Há também rituais ligados à pajelança, ao catolicismo popular (Espírito Santo) e ao folclore (como o boi de Corre Beirada e o Tambor de Taboca).
O terreiro é comandado por Tabajara, coadjuvado pelos encantados Juracema e Jaguarema que estão presentes em todas as atividades, exceto nos rituais de Candomblé, onde a entidade maior é Oxaguiam, dono da cabeça de pai Euclides, chefe do terreiro, que herdou seus conhecimentos religiosos de um antigo Tambor de Mina de São Luís - o Terreiro do Egito - que funcionou até o final da década de 70.
Euclides Menezes Ferreira é pioneiro em São Luís na prática do Candomblé.
Numa continuidade à tradição herdada no Terreiro do Egito, no qual o Pai Euclides foi iniciado - o terreiro foi fundado por Massinokou Alapong em dezembro de 1864.