Arte africana contemporânea
Esther Mahlangu pertence à comunidade Ndebele de Gauteng, a
norte de Pretoria. Os Ndebele, ao contrário de muitas outras tribos da África
do Sul, conseguiram preservar as suas tradições ancestrais ao longo dos
séculos.
Apesar de ser uma sociedade patriarcal, a herança artística
é passada de mães para filhas; ao chegar à puberdade, as jovens são retiradas
da sociedade masculina durante três meses onde lhes transmitem os padrões
tradicionais dos Ndebele â no século XIX esta tradição expandiu-se dos têxteis
às pinturas murais também executadas apenas por mulheres.
Esther Mahlangu é atualmente uma figura central nesta
tradição. Desenha à mão livre, sem esboços utilizando tintas brilhantes que
conferem aos seus trabalhos um vigor e colorido extraordinário. À primeira
vista puramente abstratas, as composições são construídas com base num sistema
complexo de sinais e símbolos.
Mahlangu foi a primeira artista Ndebele a transpor dos
murais para telas e levar o seu trabalho para um público mais vasto. Em 1989
Esther Mahlangu viajou até Paris para criar os murais da exposição
"Magiciens de la Terre", e recebeu encomendas de trabalhos para
museus e outros edifícios públicos como o Civic Theater de Johannesburgo, para
a BMW, etc.
Mahlangu levou a arte Ndebele para o mundo e afirma hoje: A
minha mãe e a minha avó ensinaram-me a pintar quando tinha apenas dez anos. A
partir daí nunca mais parei. Sinto-me feliz quando pinto.