A nova biblioteca de Alexandria
Arquitetura na África
Essa biblioteca pretende ser um dos centros de conhecimento
mais importantes do mundo.
A estrutura, que tem o nome oficial de Bibliotheca
Alexandrina, integra, para além da principal, quatro bibliotecas
especializadas, laboratórios, um planetário, um museu de ciências e um de
caligrafia e uma sala de congresso e de exposições.
A Biblioteca Tahan Hussein é especializada em cegos e
deficientes visuais.
A dos jovens é dedicada a pessoas entre os 12 e os 18 anos,
a das crianças é para quem tem entre seis e 12 anos, e a multimídia está dotada
com CD, DVD, cassetes áudio e vídeo, diapositivos e fotografias.
Há ainda uma sala de microfilmes, uma de manuscritos e outra
de livros raros.
Inicialmente, a ideia era dotar a biblioteca de oito milhões
de livros, mas como foi impossível angariar essa quantidade a coleção ficou
pela metade.
Assim, foi dada prioridade à criação de uma biblioteca
cibernética.
No local estão ainda guardados dez mil livros raros, cem mil
manuscritos, 300 mil títulos de publicações periódicas, 200 mil cassetes áudio
e 50 mil vídeos.
Cerca de 3500 pessoas, podem usar a Biblioteca que têm ao
dispor 200 salas de estudo.
O telhado de vidro e alumínio tem quase o tamanho de dois
campos de futebol, este teto da biblioteca é um disco com 160 metros de
diâmetro reclinado, que parece em parte enterrado no solo.
É provido de clarabóias, voltadas para o norte, que iluminam
a sala de leitura principal.
Os espaços públicos principais ficam no enorme cilindro com
o topo truncado, cuja parte inferior desce abaixo do nível do mar.
A superfície inclinada e brilhante do telhado começa no
subsolo e chega a 30 metros de altura.
Olhando-se à distância, quando a luz do Sol reflete nessa
superfície metálica, a construção parece o disco solar quando desponta no
horizonte.
A entrada é feita pelo Triângulo de Calímaco, uma varanda de
vidro triangular, assim chamada em homenagem ao bibliotecário que sistematizou
os 500 mil livros da antiga biblioteca.
A sala de leitura tem vinte mil metros quadrados e é
iluminada de forma uniforme por luz solar direta.
Ao todo a biblioteca tem onze pisos, sete à superfície e
quatro subterrâneos, sustentados por 66 colunas de 16 metros cada uma.
As paredes sem janelas revestidas a granito que sustentam a
parte do círculo que fica à superfície têm incrustados os símbolos utilizados
pela Humanidade para comunicar, como os caracteres dos alfabetos, notas
musicais, números e símbolos algébricos, códigos das linguagens informática,
etc.
O projeto da biblioteca é da autoria de uma firma de arquitetos
noruegueses, a Snohetta.
A construção demorou sete anos, mas a ideia nasceu em 1974.
Os principais financiadores da instituição foram a UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e o governo
egípcio e o custo total da obra rondaram os 200 milhões de euros.
A reconstrução da famosa Biblioteca de Alexandria resultou
numa estrutura de forma incomum
assemelha um gigantesco cilindro inclinado.
A ampla fachada do cilindro central, em granito cinza, tem
letras de alfabetos antigos e modernos.
Dispostas em fileiras, as letras representam apropriadamente
as bases fundamentais do conhecimento.
A maior parte do interior do cilindro é ocupada por uma sala
de leitura aberta, com o piso em vários níveis.
No subsolo há espaço suficiente para oito milhões de
volumes.
Há também espaços reservados para exposições, salas de
conferências, biblioteca para cegos e um planetário â uma estrutura esférica, à
parte, que lembra um satélite.
Esse prédio moderníssimo inclui ainda sistemas sofisticados
de computadores e de combate a incêndios.
Esse projeto recebeu o premio Aga Khan de arquitetura.
Uma biblioteca à altura do seu passado
A biblioteca reconstruída foi aberta ao público em outubro
de 2002, e contém por volta de 400 mil livros.
Seu sofisticado sistema de computadores permite ainda ter
acesso a outras bibliotecas.
A coleção principal destaca as civilizações do Mediterrâneo
oriental.
Com espaço para oito milhões de livros, a Biblioteca de
Alexandria procura realçar ainda mais a importância dessa cidade anciã.
A Biblioteca de Alexandria foi uma das maiores bibliotecas
do mundo e se localizava na cidade egípcia de Alexandria.
Considera-se que tenha sido fundada no início do século III
a.C., durante o reinado de Ptolomeu II do Egito, após seu pai ter construído o
Templo das Musas (Museum).
É atribuída a Demétrio de Falero sua organização inicial.
Uma nova biblioteca foi inaugurada em 2003 próxima ao sítio da antiga.
Estima-se que a biblioteca tenha armazenado mais de 400.000
rolos de papiro, podendo ter chegado a 1.000.000.
Foi destruída parcialmente inúmeras vezes, até que em 646
foi destruída num incêndio acidental (acreditou-se durante toda a Idade Média
que tal incêndio houvesse sido causado pelos árabes).
Conta-se que um dos incêndios da lendária biblioteca foi
provocado por Júlio César.
Em caçada ao seu inimigo de Triunvirato (formado por César,
Pompeu e Crasso), Pompeu, César deparou com a cidade de Alexandria, governada
na época por Ptolomeu XII, irmão de Cleópatra.
Pompeu foi decapitado por um dos tutores do jovem Ptolomeu,
e sua cabeça foi entregue a César juntamente com o seu anel.
Diz-se que ao ver a cabeça do inimigo César pôs-se a chorar.
Apaixonando-se perdidamente por Cleópatra, César conseguiu
colocá-la no poder através da força.
Os tutores do jovem faraó foram mortos, mas um conseguiu escapar.
Temendo que o homem pudesse escapar de navio mandou
incendiar todos, inclusive os seus. O incêndio alastrou-se e atingiu uma parte
da famosa biblioteca.
A instituição da antiga biblioteca de Alexandria tinha como
o principal objetivo preservar e divulgar a cultura nacional.
Continha livros que foram levados de Atenas.
Existiam também matemáticos ligados à biblioteca, como por
exemplo, Euclides de Alexandria.
Ela se tornou um grande centro de comércio e fabricação de
papiros.
A lista dos grandes pensadores que frequentaram a biblioteca
e o museu de Alexandria inclui nomes de grandes gênios do passado.
Importantes obras sobre geometria, trigonometria e
astronomia, bem como sobre idiomas, literatura e medicina, são creditados a
eruditos de Alexandria.
Segundo a tradição, foi ali que 72 eruditos judeus
traduziram as Escrituras Hebraicas para o grego, produzindo assim a famosa
Septuaginta.
Os grandes nomes da Alexandria antiga
Euclides: matemático, quarto século a.C. O pai da geometria
e o pioneiro no estudo da óptica. Sua obra Os Elementos foi usada como padrão
da geometria até o século XIX.
Aristarco de Samos: astrônomo, terceiro século a.C. O
primeiro a presumir que os planetas giram em torno do Sol.
Usou a trigonometria na tentativa de calcular a distância do
Sol e da Lua, e o tamanho deles.
Arquimedes: matemático e inventor, terceiro século a.C.
Realizou diversas descobertas e fez os primeiros esforços
científicos para determinar o valor do pi (p).
Calímaco (c. 305-c. 240 a.C.): poeta e bibliotecário grego
compilou o primeiro catálogo da Biblioteca de Alexandria, um marco na história
do controle bibliográfico, o que possibilitou a criação da relação oficial
(cânon) da literatura grega clássica.
Seu catálogo ocupava 120 rolos de papiro.
Eratóstenes: polímata (conhecedor de muitas ciências) e um
dos primeiros bibliotecários de Alexandria, terceiro século a.C.
Calculou a circunferência da Terra com razoável exatidão.
Galeno: médico, segundo século d.C.
Seus 15 livros sobre a ciência da medicina tornaram-se
padrão por mais de 12 séculos.
Herófilo: médico, considerado o fundador do método
científico, o primeiro a sugerir que a inteligência e as emoções faziam parte
do cérebro e não do coração.
Hipátia: astrônoma, matemática e filósofa, terceiro século
d.C.
Uma das maiores matemáticas, diretora da Biblioteca de
Alexandria, foi assassinada, sofrendo linchamento, a mando de São Cirilo.
Ptolomeu: astrônomo, segundo século d.C.
Seus escritos geográficos e astronômicos eram aceitos como
padrão. Aga Khan Aga Khan Premio