Indumentária africana
Há dois tipos de trajes que atendem as necessidades simbólicas do
africano:
Para as mulheres tecido de algodão que se usa envolvendo o
corpo, sem costura,
e para os homens, o bubu longo, tipo túnica, costurado,
usados pelos africanos em geral.
São trajes que aliam a beleza e o conforto, além do que imbuídos
de caráter simbólico, inerente à filosofia de vida africana.
Associam dois elementos o belo e o bom, conceitos que para
os africanos não se distingue.
O Boubou/ Bubu é um dos nomes usados para um robe de mangas
largas e esvoaçantes usado na maior parte da África Ocidental, e parte da África
do Norte.
Esta relacionado com o traje Dashiki.
É conhecido por vários nomes, dependendo do grupo étnico que
usa.
Entre os Iorubas e os Dagombas chama-se Agbada.
Conhecido por Baabban Riga entre os Haussás, K´sa pelos
Tuaregues, Grand Bouobou pelos povos francófonos da África Negra e Gown pelos
de língua inglesa.
Sua origem remonta ao Império de Gana do século VIII, usado
pelos povos islamizados.
Empregado pelos Malineses no século 13, que adotaram a indumentária
da nobreza islâmica através dos tuaregues, chamando a esse traje de Bisht e
Kaftan.
Comparando-se o Bubu aos trajes arábicos conhecidos por
Thawb, percebe-se que este segue uma linha masculina mais arcaica.
O seu uso ficou limitado historicamente aos povos
islamizados da África Negra que habitavam o Sahel e o Saara.
Mas com o comercio crescente e a expansão islâmica foi sendo
gradualmente introduzido entre os povos florestais do oeste africano.
Foi adotado pelos chefes Iorubas do sudoeste da Nigéria,
pelos Mandingas de Gambia e os Susu da Guiné.
Atualmente o Bubu continua sendo usado principalmente pelos
povos muçulmanos.
Devido a sua popularidade entrou na moda sendo adotado pelos
cristãos ao sul da Nigéria e Gana.
E em menor escala pelos povos Suaíli do leste africano e
pelos povos de língua banta da África Central.
O Bubu consiste em três peças de roupa, um par de calças de
amarrar na cintura que se afinam na panturrilha , conhecidas por Sokoto , uma
camisa de mangas compridas conhecida por Dashiki, nomes iorubas, e uma túnica
larga usada sobre elas, o Bubu.
São geralmente feitas do mesmo tecido e da mesma cor e
tradicionalmente feitas de seda.
Devido às restrições islâmicas de vestimenta, atualmente são
feitas de algodão ou de fibras sintéticas que imitam seda.
Um aspecto que chama a atenção no traje africano da África
Ocidental é sua inteireza ou continuidade, dando a impressão de não ser
costurado, pois envolve e adapta-se ao corpo de forma natural. Esse caráter
"unitário" é mais sensível no traje masculino, no bubu longo, que
desce dos ombros até os pés numa só peça.
Cada momento da vida social africana é marcado pelo uso de
roupa determinada como, por exemplo, o nascimento, a iniciação na vida adulta e
a morte.
O bebê usa ao redor da cintura um fio de algodão, que é ao
mesmo tempo uma proteção solidifica sua coluna vertebral e uma prefiguração do
que usar mais tarde.
Enquanto que, durante o período que cerca a iniciação na
vida adulta, circuncisão nos meninos e a excisão nas meninas, os adolescentes
trajam vestes especiais.
Para as meninas é constituída de um pano cru, tinto de preto
com motivos geométricos, que deve ser atado à cintura.
Os meninos devem usar um bubu de qualquer cor.
Tanto os meninos como as meninas devem usar este traje até a
cicatrização total da cirurgia.
O Bubu possui versões femininas no Mali, Senegal, Gambia e
Guiné, mas nas outras regiões da África negra a vestimenta formal feminina é o
Kaftan.