sábado, 3 de março de 2012

Chevron, contas de Murano.


Contas africanas

As contas Chevron são de vidro Murano, também conhecidas por Rosetta ou Estrela.
O nome Chevron vem das insígnias militares em forma de V bordadas nas ombreiras dos uniformes, assim como os da nossa policia.
Já o termo Rosetta surgiu nos livros do inventario da oficina Barovier de Murano em 1496, tanto para designar contas como objetos de vidro que usavam essa técnica.
Os primeiros objetos criados com os motivos de Rosetta datam de do final do século 14.
Foram executados pelos vidreiros de Murano em Veneza.
Essas contas são muito apreciadas na África, onde atingem preços bem altos.
Sendo também umas das favoritas entre os colecionadores.
As mais antigas e raras adquirem preços cada vez maiores, podendo se dizer que são as contas mais caras dentre todas.
Usadas por chefes, marabus, anciões e pelos donos de fortunas.
Muitos deles foram enterrados com esses ornamentos.
O tempo, os movimentos do solo, as chuvas se encarregaram de trazer a tona essas contas das sepulturas, dando origem às lendas de que elas nasciam da terra.
As contas Chevron são produzidas pela fusão de várias camadas de vidro colorido, e acabadas em formatos de vários padrões.
A principio essas contas consistiam de sete camadas de vidro de cores alternadas.
Elas possuem geralmente seis facetas.
Ao contrario de outras contas que usavam técnicas semelhantes, essas não possuíam sempre a estrela de doze pontas nos topos.
Em Veneza, essas contas ainda se produzem, porém em quantidades bem menores.
Os métodos de fabricação continuam os mesmos.
Nos anos cinquenta começou a se produzir Chevrons em Purdalpur na Índia, um dos centros produtores de contas, com métodos semelhantes, mas com desenhos diferentes.
Fabricação
No interior de um forno, o vidro está em estado de fusão dentro de uns panelões.
Quando o material está quase fundido, o artesão mergulha um canudo de ferro e após dar-lhe algumas voltas retira rapidamente, trazendo na sua extremidade uma bola de matéria incandescente.
A camada inicial da conta é produzida com essa bola chamada de massa, que sai direto da fornalha.
Após esse procedimento ele aplica uma placa de ferro chamada marma sobre o vidro em estado de fusão, e estica em seguida num cano longo, e repuxando em ambas as extremidades.
O diâmetro do tubo acabado (Murrine) será determinado pela quantidade de vidro dessa bola e pela maneira que é esticada.
Outras camadas de vidro podem ser acrescentadas de modo a realçar o desenho e o formato da conta.
Em seguida o vidreiro assopra, com um canudo de ferro, uma bolha de ar dentro dessa bola.
A bolha ajudará a esticar a massa e formará o furo da conta.
A massa é então despejada num molde em formato de estrela, que pode ter de cinco a quinze pontas.
O tubo de vidro é resfriado, e cortado ainda quente em pedacinhos.
Nas faces desses pedaços irá surgir o desenho característico de uma estrela.
Ao resfriar completamente, os pedaços serão polidos fazendo aparecer o ziguezague característico da conta e o formato arredondado.