Contas africanas
As contas Chevron são de vidro Murano, também conhecidas por
Rosetta ou Estrela.
O nome Chevron vem das insígnias militares em forma de V
bordadas nas ombreiras dos uniformes, assim como os da nossa policia.
Já o termo Rosetta surgiu nos livros do inventario da
oficina Barovier de Murano em 1496, tanto para designar contas como objetos de
vidro que usavam essa técnica.
Os primeiros objetos criados com os motivos de Rosetta datam
de do final do século 14.
Foram executados pelos vidreiros de Murano em Veneza.
Essas contas são muito apreciadas na África, onde atingem
preços bem altos.
Sendo também umas das favoritas entre os colecionadores.
As mais antigas e raras adquirem preços cada vez maiores,
podendo se dizer que são as contas mais caras dentre todas.
Usadas por chefes, marabus, anciões e pelos donos de
fortunas.
Muitos deles foram enterrados com esses ornamentos.
O tempo, os movimentos do solo, as chuvas se encarregaram de
trazer a tona essas contas das sepulturas, dando origem às lendas de que elas
nasciam da terra.
As contas Chevron são produzidas pela fusão de várias
camadas de vidro colorido, e acabadas em formatos de vários padrões.
A principio essas contas consistiam de sete camadas de vidro
de cores alternadas.
Elas possuem geralmente seis facetas.
Ao contrario de outras contas que usavam técnicas
semelhantes, essas não possuíam sempre a estrela de doze pontas nos topos.
Em Veneza, essas contas ainda se produzem, porém em
quantidades bem menores.
Os métodos de fabricação continuam os mesmos.
Nos anos cinquenta começou a se produzir Chevrons em
Purdalpur na Índia, um dos centros produtores de contas, com métodos
semelhantes, mas com desenhos diferentes.
Fabricação
No interior de um forno, o vidro está em estado de fusão
dentro de uns panelões.
Quando o material está quase fundido, o artesão mergulha um
canudo de ferro e após dar-lhe algumas voltas retira rapidamente, trazendo na
sua extremidade uma bola de matéria incandescente.
A camada inicial da conta é produzida com essa bola chamada
de massa, que sai direto da fornalha.
Após esse procedimento ele aplica uma placa de ferro chamada
marma sobre o vidro em estado de fusão, e estica em seguida num cano longo, e
repuxando em ambas as extremidades.
O diâmetro do tubo acabado (Murrine) será determinado pela
quantidade de vidro dessa bola e pela maneira que é esticada.
Outras camadas de vidro podem ser acrescentadas de modo a
realçar o desenho e o formato da conta.
Em seguida o vidreiro assopra, com um canudo de ferro, uma
bolha de ar dentro dessa bola.
A bolha ajudará a esticar a massa e formará o furo da conta.
A massa é então despejada num molde em formato de estrela,
que pode ter de cinco a quinze pontas.
O tubo de vidro é resfriado, e cortado ainda quente em
pedacinhos.
Nas faces desses pedaços irá surgir o desenho característico
de uma estrela.
Ao resfriar completamente, os pedaços serão polidos fazendo
aparecer o ziguezague característico da conta e o formato arredondado.