Contas africanas
O Cocos nucifera L. - Arecaceae, indígena da Indo-Malaia, já
está ambientado ao longo dos trópicos. A casca fibrosa do seu fruto contém uma
semente única cuja carne branca chamada copra, é o principal produto do coco. A
fibra áspera da casca é usada para fazer esteiras, cordas, cestas, escovas e joias.
O coco possui significado religioso para os Hindus e Budistas,
porque o fruto se assemelha a cabeça de um homem e simboliza a fecundidade. Antigamente
a fruta era oferecida aos deuses em vez de uma cabeça humana como um símbolo de
sacrifício.
Nos ritos cerimoniais a sua noz era oferecida ao fogo
sacrificial. Atualmente esse fruto é servido em eventos como inaugurações e
cerimônias importantes. A casca do coco é dividida ao meio e o fruto é servido aberto
como oferenda. Os jornalistas orientais
se referem a isso como "coconutizing the occasion", algo parecido com
“côcando a ocasião”.
O povo Ioruba da Nigéria tem guardado tradicionalmente o fruto
do coqueiro em grande consideração. Os mitos descrevem os cocos como um
presente divino da mãe da nação iorubana para seus filhos, pois o coqueiro, tal
como uma mãe, dá vida e alimento para eles.
As correntes de discos finos feitos com a casca de coco, formando
um colar são comparáveis aos iorubas ao poderoso corpo de uma python. Em tempos
passados os chefes nigerianos e suas famílias eram os únicos autorizados a usar
os discos de côco em seus colares, ostentando sempre três fios em volta do
pescoço.
Xapanã- Sapatá
Xapanã- Sapatá
Divindade da varíola e das doenças contagiosas, cujo nome é perigoso se
pronunciar, pune os malfeitores e insolentes enviando-lhes essas doenças. Por
esta razão o orixá Xapanã é prudentemente chamado de Obaluaê ou Omolu, e o vodun
Sapatá, pelos seus títulos gloriosos de Ainô e Jehosu, Dono da Terra e Rei das
Pérolas.
No Brasil, seu colar é o laguidibá, feito de pequenos discos pretos, e suas
contas são pretas e brancas, ou vermelhas e pretas.
Sua festa anual é o olubajé, durante a qual são oferecidos pratos de aberém
ou milho cozido enrolado em folha de bananeira, carne de bode e pipocas,
denominados de »a flor do velho «, que as pessoas passam em seus próprios corpos
São Luís de Maranhãos para se preservarem de possíveis doenças
contagiosas.
Seus adeptos, quando manifestados, dançam vestidos com palha da costa,
trazendo nas mãos um xaxará.
Segunda-feira é o dia que lhe é consagrado.
Considerado filho de Nanã Burucu, é originário, como ela e Oxumaré, da
terra do mahis, na atual República Popular do Benin.
Nos terreiros congo-angola é o inquice Cavungo ou Quingongo."
Fonte: Museu Afro-Brasileiro