Arquitetura na África
Essa escola é o resultado do empenho de um homem para
melhorar as condições de vida de sua cidade.
Além de levantar fundos para a construção de uma escola primária,
foi ele quem executou o projeto.
Com o apoio do governo, a população local foi treinada para construir
em mutirão com os materiais disponíveis na região.
Burkina Faso possui 13 milhões de habitantes com menos de 14
anos.
Só 44 % das crianças frequentam a escola.
É um dos estados mais pobres do mundo.
O povoado de Gando dispõe de uma forte tradição de
solidariedade engajando para esse projeto todo o vilarejo para dotar a
população de uma escola para suas crianças.
O projeto
As condições climáticas foram determinantes no projeto e na
escolha dos materiais.
São três salas de aulas dispostas linearmente com vazios
cobertos para o ensino e lazer.
A estrutura é constituída de paredes auto portantes feitas
de blocos de terra armada.
Vigas de concreto correm por sobre as paredes em toda a
extensão.
Sobre as vigas barras metálicas para sustentar a cobertura.
O conforto térmico é garantido pelo telhado de metal, que
sombreia as fachadas e permite a circulação de ar sobre as salas.
As paredes e o forro feitas de blocos de terra comprimida, também
ajudam na obtenção de uma temperatura moderada.
A escolha do telhado foi baseada na viabilidade pratica e
econômica, pela dificuldade de transportar materiais de locais distantes e pela
inviabilidade de trazer recursos como guindastes ou gruas para o canteiro de
obra.
O arquiteto imaginou um projeto construtivo leve e fácil de
executar.
Usando apenas ferramentas simples como serrote e maquina de
soldar.
O edifício que fora projetado para 150 alunos, alberga 350 e
estão mais 150 em lista de espera para uma vaga.
O arquiteto
Diébedo Francis Kéré foi o primeiro habitante desse vilarejo
a sair do país para estudar.
Ao retornar trouxe consigo a crença de que a educação é a
chave do desenvolvimento.
O projeto desta escola recebeu o premio Aga Khan devido ao
fato de criar condições apropriadas num ambiente hostil, usando os recursos disponíveis,
de maneira simples e efetiva.
Um projeto que mobilizou os aldeãos e até mulheres e
crianças receberam formação e trabalhram com afinco na obra.
O valor do prémio (400 mil dólares) atribuído pela Aga Khan
Development Network por este projeto vai financiar o projeto e a construção da
área de professores adjacente.
Diébédo nasceu em Gando e é filho do chefe local da aldeia.
Aos sete anos teve de abandonar a terra natal para poder frequentar
a escola.
Mais tarde, licenciou-se em arquitetura numa universidade de
Berlim, cidade onde ainda vive. Porém à distância não o separou das suas
raízes, e consciente de que o saber e os contatos adquiridos poderiam
contribuir para o desenvolvimento do seu país pôs mãos á obra.
O premio Aga Khan de Arquitetura
O Prémio Aga Khan para a arquitetura foi instituído em 1977
pelo Aga Khan para «identificar e encorajar conceitos de construção que sejam
bem sucedidos na resposta às necessidades e aspirações das sociedades
muçulmanas».
Estabelecida pelo Aga Khan em 1977, a premiação procura
identificar e estimular projetos de edifícios que preenchem necessidades e
aspirações das sociedades islâmicas. Os trabalhos devem ser contemporâneos,
novos, ou de restauração e reutilização, mas sempre para programas sociais de
melhoria e desenvolvimento das comunidades. O prêmio visa também projetos
paisagísticos e de preservação do meio ambiente. Um comitê fixo composto por
profissionais reconhecidos internacionalmente como Frank Gehry e Kenneth
Frampton (Estados Unidos), Charles Correa (Índia), Luis Monreal (Espanha), Zaha
Hadid (Reino Unido) e Selama al-Radi, entre historiadores, arqueólogos,
professores de história e religião, escolhem um júri independente que faz a
seleção de cada edição trienal.
Burkina Faso
O Burkina Faso (ou Burkina Fasso, por vezes aportuguesado
como Burquina Faso ou Burquina Fasso), antigo Alto Volta, é um país africano
limitado a oeste e a norte pelo Mali, a leste pelo Níger, e a sul pelo Benin,
pelo Togo, por Gana e pela Costa do Marfim. Sua capital é a cidade de Uagadugu.
Com alta densidade demográfica e uma renda per capita
inferior a US$ 300, é um dos países mais pobres do mundo, mais de 80% da
população do país depende da agricultura de subsistência, altamente vulnerável
à escassez de chuvas.
Possui o terceiro pior Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) do mundo.
As indústrias virtualmente inexistem.