Hassan Fathy nasceu na Alexandria no
Egito, em 23 de março de 1900 e formou-se em arquitetura no Cairo em 1926, numa
época em que o aprendizado da arquitetura era essencialmente fundamentado em
princípios da Escola de Belas Artes.
Ao longo de sua vida profissional, ele
nota que a cada introdução de nova tecnologia na construção, corresponde a uma
perda de parcela do saber construtivo tradicional. A partir daí, Fathy volta-se
para o resgate das raízes culturais nas práticas de construção, passa a adotar
métodos e materiais antigos e a encorajar o povo a construir em mutirão suas
próprias habitações.
Condições climáticas e saúde pública,
também faziam parte de suas preocupações.
Fathy, entre outras, reintroduziu a
construção de pátios internos em adobe ou tijolos de barro de grande massa
térmica e, desta forma, lançou as bases para uma arquitetura sustentável.
No clássico Architecture for the poor,
de 1973, no Brasil traduzido como Construindo com o povo, descreve em detalhes
o planejamento e a construção de New Gourna, onde teve oportunidade de aplicar
seus conceitos.
As lições de Hassan Fathy são inúmeras,
mas a mais importante é mesmo o exemplo dignificante de sua vida profissional e
sua devoção à arquitetura como ele a entendia.
Registros de sua vivência e espírito
constituem um patrimônio para a Humanidade.
Quanto mais os arquitetos e engenheiros
absorverem novas tecnologias, mais eles terão a aprender com os princípios
fundamentais legados por ele.
Fathy produziu não somente propostas,
mas principalmente inspiração.
Apesar de ter vivido num período em que
a arquitetura moderna propunha uma ruptura total em relação aos antigos
cânones, logo percebeu a importância da preservação das práticas construtivas
tradicionais, desenvolvidas através do tempo em resposta as exigências
climáticas locais.