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domingo, 4 de março de 2012

Joias iorubanas de latão


Artesanato africano

A Nigéria possui uma profusão de arte e artesanato.
Além da arte tradicional os artesões nigerianos trabalham com escultura, fundição de metais, produção de joias exóticas, fabricação de trajes tradicionais, cabaças decoradas e couro.
Os colares feitos com contas ocas de latão e de outros metais, como o ouro, produzidos na Nigéria, mostram a habilidade dos artesãos na manipulação dos metais.
Na foto acima é possível ver essas contas com acabamentos elaborados, relevos e padrões diversos.
Também é possível observar o acabamento com argolas de metal soldadas nas extremidades para dar firmeza às peças. (foto à direita).
As joias das escravas brasileiras (foto à esquerda) evidenciam essa tradição.
Tradição essa que trouxeram consigo ao serem deportadas, no final do período escravagista, quando o trafico já era ilegal.
Quando as ultimas levas de negros vinham da Nigéria e Benim.
A arte iorubá se desenvolveu a partir do século 14, tendo seu momento de máximo esplendor entre 1575 e 1650.
No período de 1000 a 1400 D.C., a arte africana, predominantemente a de Ife, passou a incorporar as novas técnicas de fundição do bronze.
Foi nessa época que os portugueses introduziram o latão no continente africano.
Materiais de diversas naturezas passaram a ser misturados, como os entalhes de madeira e latão da tribo Bakota, no Gabão.
Os reis do antigo Benim, um estado que se formou por volta de 1300, atual Nigéria, encomendavam cabeças de metal feitas de latão fundido para homenagear seus ancestrais nos altares reais.
Com isso desenvolveu-se a fundição nesse reino.

Obras de arte

A história da região ocupada pelos Iorubas é particularmente interessante.
Estados e impérios se formaram na faixa entre o deserto e a grande selva, favorecidos pela abundância de água e de outros recursos naturais.
E também pelo fato de ser rota obrigatória de pessoas e mercadorias provenientes dos desertos do norte em direção ao oceano.
Ifé, ainda em tempos antigos, logo se transformou em terra de intensos intercâmbios comerciais e em berço de uma civilização florescente.
Seus artistas utilizavam a arte para celebrar e transmitir valores considerados essenciais.
A arte de Ifé, tipicamente ligada à corte, cria máscaras, cabeças e figuras de bronze, latão ou barro cozido, carregados de valor vital e modelados com tal sensibilidade, habilidade técnica e forma que chegam quase a atingir a perfeição absoluta.
Numerosos estudos arqueológicos da região oferecem testemunhos artísticos que não ficam devendo nada às culturas clássicas de qualquer outra região do mundo.
As cabeças de bronze e as peças de cerâmica de Ifé, bem como os soldados de bronze de Benin - reino antigo que não deve ser confundido com o país que hoje leva este nome -, figuram entre as obras-primas da arte mundial.
Tudo leva a crer que as peças de bronze sejam retratos mais ou menos idealizados de grandes personagens, feitos após a sua morte e utilizados em cerimônias fúnebres ou comemorativas.