sexta-feira, 30 de março de 2012

Katunga, a velha capital de Oyó


História do povo ioruba

A velha Oyó (conhecida como Oyó-Ile, Oyó-Oro) foi a capital do reino ioruba de Oyó, até ser totalmente destruída pelos fulanis em 1830.
Os fulanis são hauçás, de origem muçulmana, e, portanto adeptos da jihad, a guerra santa.
Situada na orla dos planaltos iorubas, a cidade assentava-se sobre uma encosta suave em direção ao rio Niger.
As principais construções de Oyó-Ile eram o Afin, o palácio do Oba situado no centro da cidade e o mercado chamado 'Oja-Oba'.
A capital era rodeada por uma alta muralha de taipa com dezessete portões, para sua defesa.
Pouco se sabe sobre a historia inicial dos iorubas, exceto o que se pode vasculhar no relato de Dalzel sobre a Historia do Daomé escrito em 1793.
Ele conta que as diversas tribos estavam unidas sob a regência de um obá que residia na velha Oyó, conhecida por Katunga, (o nome Hauçá da capital de Oyó).
Katunga foi a capital do reino ioruba até ser totalmente destruída pelos fulanis em 1830.
A grande era das conquistas iniciou no governo dos Alafins Obalokun e Ajagbo, no século dezessete e continuaram durante os reinados de Ojigi e seus sucessores Amuniwaye e Onishile, no inicio do século dezoito.
Entre 1726 e 1730 o exercito de Oyó empreendeu quatro expedições contra o Daomé, a primeira com revide à invasão de Allada em 1724 no qual o rei dos iorubas deu suporte ao rei de Ardra, cujo reino havia sido destruído pelos daomeanos.
Ele enviou um grande exercito, que consistia principalmente de cavalaria, para invadir o Daomé.
Em Setembro de 1728, iniciaram uma nova disputa desta vez contra o rei de Uidá, e o seu exercito invadiu novamente o Daomé, numa guerra que durou até 1730.
Em 1738 os iorubas invadiram novamente o Daomé, e derrotaram o seu rei, capturam e incendiaram as cidades de Agbomi, Kalia e Zassa.
A partir de então os iorubas fizeram incursões anuais contra o Daomé, devastando o Pais.
Um acordo de paz foi selado entre os dois países, pelo qual o Daomé teve que pagar pesados tributos para o rei dos iorubas.
Logo após veio o período de Gaha, que durou até 1774.
Ele ficou conhecido por ter entronizado cinco reis dos quais quatro ele matou, sendo morto pelo quinto.
Atribui-se a decadência de Oyó à ascendência de Gaha e as mortes dos quatro Alafins.
Além desses fatos relatados por Dalzel pouco se sabe, somente que em 1786 os iorubas interferiram na tentativa do Daomé de atacar Porto Novo, mas os tributos pelas guerras continuaram a ser pagos até o reinado do rei Ghezo em 1818.
Os iorubas eram conhecidos como Eyeos ou Oyos pelos antigos historiadores, por causa de sua capital Oyó.
Xangô, o quarto rei de Oyó, também governou essa cidade, e após sua morte esse local tornou-se o centro do seu culto.

Palácio Real de Oyó

Na foto acima está uma gravura do Palácio Real de Oyó em 1890, com seus magníficos portões e telhados.
Ao redor da cidade havia uma muralha de 6 metros de altura foram feitas com grossas camadas de taipa.