Essa catedral é dedicada ao culto de Santa Maria.
O edifício principal é composto de três volumes que se
elevam suavemente em direção à montanha, formando um belo conjunto art-decô.
Nos extremos dessa construção estão os dois campanários
encimados por cones de concreto que evocam as cabanas Tukul.
Sobre as portas de madeira emolduradas pela cerâmica
tesserae vermelha, ha um belíssimo mosaico que retrata cenas religiosas.
Essa obra foi criada pela pintora italiana Nenne Sanguineti
Poggi, por encomenda do clero, nos anos 50.
Essa artista também criou vários outros mosaicos em Asmara,
como os do Liceo, da escola Agasien e os do tabernáculo na igreja de Santa
Maria em Axum.
Na frente da catedral ficam pedras de sino usadas
tradicionalmente na Eritreia para convocar os fieis.
Dentro da igreja ha pinturas da vida de Cristo e da Bíblia,
retratando o Velho e o Novo Testamento.
Santa Maria é celebrada mensalmente pela congregação e
anualmente num grande festival.
Igreja copta
No primeiro milênio antes de Cristo, um grupo de semitas
procedentes do sul da Arábia espalhou-se pelo planalto etíope.
Os semitas mesclaram-se com a população autóctone e formaram
um Estado com capital em Axum.
Esse reino manteve relações comerciais com o Egito e lutou
contra o Império Romano pela influência no mar Vermelho.
Os contatos com o mundo mediterrâneo fizeram com que o
Estado etíope se convertesse ao cristianismo no século IV.
Por ser o único reino cristão da África, a Etiópia atraiu a
atenção do Ocidente a partir das primeiras explorações portuguesas no século
XV.
A religião copta tem sua origem na cristianização do Egito.
É uma doutrina autônoma, herdeira da tradição cristã que
teve como centro Alexandria.
Foi difundida a partir do século IV, graças aos
missionários, e chegou à Etiópia.
A Igreja Copta organizou-se definitivamente no início do
século XII, quando o Egito escapou do domínio bizantino.
Essa religião é monofisista.
O Monofisismo (do grego µOVO = unico) é uma doutrina
cristológica do século V, elaborada por Eutiques em reação ao Nestorianismo,
admitia em Jesus Cristo uma só natureza, a divina.
Esta doutrina, considerada heresia para os segmentos
majoritários do cristianismo, era originária do Egito e estendeu-se
progressivamente à Palestina e à Síria. Erroneamente é comum no ocidente dizer
que as Igrejas não-Calcedonianas (Igreja Apostólica Armênia; a Igreja Ortodoxa
Síria; e a Igreja Ortodoxa Copta, do Egito e da Etiópia) são monofisitas, mas
na realidade são miafisitas.