segunda-feira, 26 de março de 2012

Oore - Porco-espinho crestado

Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade. 


Porco-espinho crestado
Nome científico - Hystrix cristata
Nome ioruba - Oore

O Hystrix cristata, disperso pelo sul da Europa, por toda a África, pela Índia e o arquipélago malaio até Bornéu, é o maior roedor terrestre europeu: atinge oitenta centímetros de comprimento total e pesa até mais de vinte quilos.
A comunidade científica faz clara diferença entre o ouriço e o porco-espinho (Hystrix cristata), que é um roedor.
Vive em tocas que escava com as patas fortes, é em geral solitário e come frutas e raízes diversas, causando às vezes estragos a lavouras.
É comum que procrie duas vezes por ano.
A fêmea, após uma gestação de cerca de dois meses, dá à luz de um a quatro filhotes.
Juntamente com as capivaras, são os maiores roedores existentes na atualidade.
Seu nome científico é Hystrix cristata da ordem dos Rodentia (Roedoeres) e da família Hystricidae.
O porco-espinho-crestado é o maior representante dos Histricídeos: chega a medir 80 centímetros de comprimento.
Como todos os seus parentes, nunca tomo a iniciativa de atacar outro animal, a menos que seja ameaçado.
Lento e tranquilo, ele parece um arbusto seco.
Caminha sempre sobre terrenos não muito duros, onde de vez enquanto para e escava.
Com suas patas fortes, desenterra tubérculos das raízes. Mastiga calmamente, mas sua mordida é vigorosa. Não são, porém, os dentes que assustam os inimigos do porco-espinho, mas justamente sua cobertura de espinhos.
Quando o animal os eriça, eles produzem um som de chocalho, como se alguém estivesse agitando um feixe de galhos secos.
O porco-espinho alimenta-se de raízes, tubérculos, cascas de árvores, fruta e cereais e, frequentemente, come restos de presas de grandes mamíferos.
É um espinho (é chamado acúleo) do porco-espinho: apresenta, alternadamente, listras claras e escuras e pode atingir 30 centímetros de comprimento e 6 milímetros de diâmetro. Os espinhos causam feridas profundas e dolorosas em qualquer animal que tenta atacar o porco-espinho.
A toca do porco-espinho é constituída de várias galerias: a inferior é a mais usada pelo animal para entrar e sair; as outras são saídas de emergência. Essas galerias desembocam num túnel que, por sua vez, conduz ao ninho propriamente dito.
Observou-se que muitas vezes o porco-espinho leva para a toca ossos de grandes mamíferos. Não se sabe, porém, se ele faz isso só para se alimentar da carniça que os envolve, ou se depois também os rói; ou se simplesmente usa os ossos para afiar os dentes.
Os espinhos são uma excelente arma de defesa do porco-espinho. Quando provocado, ele sacode os espinhos para assustar o inimigo. Já se registrou várias vezes, a presença de espinhos na pele dos grandes mamíferos como leões e leopardos.
Trata-se, em geral, de espinhos na região da cauda, que, muito agudos, penetram mais facilmente no agressor.

Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.

Os animais selvagens e suas partes constituem os ingredientes essenciais na preparação de remédios na medicina tradicional.
Apesar de serem utilizados amplamente para tratar uma variedade de doenças, muitos desses produtos retirados da vida selvagem são usados nas cerimônias, práticas religiosas e nos fetiches.
De fato, a medicina baseada no uso de animais sempre desempenhou um papel importante nas práticas de cura, rituais mágicos e nas sociedades religiosas por toda parte.
Todas as civilizações com sistemas medicinais bem estruturados utilizaram animais como remédios.
Estima-se que dos 252 elementos químicos essenciais selecionados pela Organização Mundial de Saúde, 8.7% são de origem animal.
A África vangloria-se de possuir uma longa tradição no uso de plantas e animais para propósitos medicinais.
As curas tradicionais existem bem antes do advento da medicina ortodoxa mais moderna, e as pessoas dependeram amplamente dela como a única fonte de saúde e bem estar.
Ela continua sendo praticada hoje em dia na Nigéria e convive lado a lado com a medicina contemporânea, onde os tradicionais curandeiros atuam e continuam fazendo suas descobertas para curar as principais doenças nessa sociedade.
Essas descobertas fundamentam-se nos esforços consistentes dos curandeiros para erradicar as doenças perigosas que tem assolado a sociedade nos tempos recentes e que muitas vezes parecem incuráveis pela medicina ortodoxa.

Fonte:
Animais selvagens usados nas praticas etno-zoologicas entre os iorubas, e as implicações na conservação da biodiversidade.
Publicado no African Journal of Agricultural Research Vol. 3, pp. 421-427, Junho de 2008
Soewu, Durojaye A
Department of Plant Science and Applied Zoology, Faculty of Science Olabisi Onabanjo University, P. M. B 2002, Ago-Iwoye, Ogun-State, Nigeria.

Etnozoologia: Ramo da Zoologia que estuda o papel tradicional de certos animais na vida e folclore de determinada raça ou povo.