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sábado, 3 de março de 2012

Segui - contas iorubanas de vidro


Contas africanas


Também conhecidas por Koli, Cori, Kor, Blema Koli, Accori, Ekeur, Aggrey.
Por séculos os mercadores muçulmanos da África do Norte cruzaram o Saara em direção aos reinos da África Negra, para traficar escravos e, sobretudo atrás de ouro.
O que eles usavam nessas trocas?
Sal, feixes de pinho, braceletes de cobre, pingentes e anéis com insígnias feitos de cobre, e contas de vidro azul.
Quando os portugueses se estabeleceram no forte de Mina, os africanos pediram que eles trouxessem “Cori" de suas viagens para o leste para trocar por ouro.
Eles navegaram da Costa do Ouro, ao sul de Gana, em direção ao Reino do Benim para comprar essas contas. 
Cori e seus correlatos tornaram-se um produto de exportação.
Nos quatro séculos seguintes, os visitantes europeus em visita à Costa do Ouro, escreveram à seu respeito.
Nem sempre concordavam sobre o que era ou como deveria ser chamado, mas seus comentários eram bem descritivos.
É importante ressaltar algumas questões.
Existe um coral azul nessas águas, mas que é tão duro que não pode ser trabalhado para servir como conta, não se conhecendo a existência de nada assim.
"Coral" é a palavra usada para conta em várias línguas incluindo a holandesa, de quem muitos desses escritores receberam as informações.
Esses viajantes eram bem mais treinados para reconhecer vidro de pedras preciosas do que a maioria das pessoas atualmente.
O nome dessa conta foi mudando com o tempo.
No século 16 era conhecida como Cori, e com o tempo passou a chamar-se accori (século 17).
Isso porque os Fanti de El Mina costumam colocar uma vogal no começo das palavras.
No inicio do século 18, os viajantes Barbot e Bosman relataram que os nativos chamavam essa conta de accori e que os europeus chamavam de aggrey, esta ultima acabando por ser adotada oficialmente.
Enquanto as contas estavam sendo importadas, a fonte foi sempre o leste de Gana.
A importação cessou no começo do século 19 quando a fonte produtora mudou-se para Gana.
A atribuição de uma origem fenícia foi baseada na impressão errônea de que os Aggrey eram Chevrons (contas cuja origem era considerada fenícia naquele momento).
Foi o visitante Bowdich quem criou essa confusão, por seus escritos, muito lidos, que descreviam as contas Aggrey como o nome genérico para todas as contas Axantes de Gana.
Até o relato de Bowdich, quase todos concordavam que essa conta era azul.
Brun examinando com mais cuidado verificou que era uma conta dicroica:
Azul quando recebia luz (luz sobre a conta) e verde quando emanava luz (luz por trás da conta).
Os portugueses pediram ao famoso artesão Antonio Neri, imitar essas contas verde/azuis.
Essas imitações são bem conhecidas.
São comumente chamadas de Koli, apesar dos Axantes chamarem-nas de kor ou ekeur, todos os nomes correlatos cori-accori-aggrey.
Essas contas são feitas por negociantes de Gana, mas com características diferentes.
Queimam as contas translucidas e mergulham contas europeias para torna-las opacas e mudar de textura, o que parecem estrias de alongamento, são apenas bolhas que se formam na superfície por causa do calor.
O mesmo processo era feito na Nigéria para confeccionar as contas Segi.
Ha evidencias de que os nigerianos queimavam as contas Aggrey para alterar a textura delas e o formato para redondo.
As contas Aggrey com ou sem modificações gravitaram em direção a Ife, o que indica a grande afluência delas para a região do delta do Níger durante as transações com os europeus.
Koli, Cori, Kor, Segi, Accori, Ekeur, Aggrey. Um monte de nomes para aprender.
Será possível encontrar legitimas contas Aggrey?
Possivelmente. 
Um local para ser buscar a resposta é dentro das propriedades dos reis Axantes.
Eles possuem uma conta tubular cujo nome nada tem a ver com Aggrey. 
É conhecida por Gyanie pronunciando-se Djení, certamente devido à cidade de Djenne.
Ha muito que saber.