quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tambor Djembe - Gana


O djembe é um tambor entalhado na madeira cujo bocal é recoberto por uma membrana de pele e que deve ser percutido com as mãos.
É conhecido também por jembe, jenbe, jymbe, yembe ou jimbay. 
De acordo com os povos Bamana do Mali, o nome do djembe vem da expressão "Anke djé, anke bé" que se traduz como "todos se reúnem em paz" nome esse que também define a finalidade do tambor. Na língua Bambara, "djé" é que o verbo para "reunir" e "bé" pode ser traduzido como "paz".
Esse instrumento musical faz parte da dos membranofones: um casco de madeira com o bocal recoberto por uma membrana de couro ou de outro material.  Esses tambores medem geralmente por volta de 30 cm de diâmetro e 60 cm de altura.  Há tamanhos menores, com variações de 13 a 46 cm de diâmetro.


Origem


Há um entendimento geral quanto à origem de o djembê estar associada a uma sociedade de ferreiros mandingas conhecidos como Numus. A grande disseminação desses tambores por toda a África Ocidental pode estar ligada as migrações desse povo. Apesar da ligação entre o djembe com a sociedade de ferreiros não há restrições hereditárias para tocar esse tambor.


Construção 


Os djembes são entalhados tradicionalmente a partir um único tronco da árvore de Lenké (Afzelia Africana Sm. ex Pers.). Essa madeira foi empregada durante séculos devido as suas qualidades acústicas e por sua ligação espiritual com os Malineses, cuja sabedoria tradicional afirma que há uma energia espiritual ou Nyama, que percorre todas as coisas, vivas ou mortas. Há outros tipos de madeira também podem ser usadas, dependendo do quanto às florestas forem acessíveis aos fabricantes de tambor.
Algumas madeiras duras são usadas na Guiné, Mali, Senegal e Costa do Marfim para entalhar instrumentos musicais de qualidade compreendendo a djalla, dougi/dimba, khari/hare/gueni, e o acaju. A maneira apropriada de fazer esses tambores é deixar a parte interna rugosa e entalhar nesta uma espiral para elevar a categoria tonal. Lascas e asperezas no entalhe interno são sinais de um tambor feito às pressas. O djembe é encabeçado por uma pele raspada de cabra, antílope ou vaca. Até o século XX, a pele era presa com o tendão ou o intestino do animal, ou cortando e esticando uma tira de couro cru.


Afinação

Os Djembes são afinados uniformemente esticando firmemente as cordas verticais para que os cinturões de metal puxem a pele para baixo sobre o casco do tambor. Essas cordas verticais são tensionadas em toda a volta de forma sucessiva usando algum tipo de alavanca. A etapa seguinte é passar uma corda na horizontal para "torcer" os cabos verticais, o trançado Mali também conhecido como "diamante". Essa corda passa por baixo de duas cordas verticais formando um losango, e costurando por cima e por baixo em formato de z ou s, e puxando firmemente para baixo. O ideal é quando as linhas de torção estão paralelas e uniformes e o mais baixo possível.
Quando uma nova pele for colocada em um tambor, o processo de esticar será precedido pela imersão da pele na água até tornar-se bem flexível. A pele úmida é disposta sobre o bocal do tambor e presa pelos cinturões ao mesmo tempo em que os cordões vão sendo puxados levemente para baixo. Em seguida a pele é deixada para secar completamente antes de começar a ser tensionada com vigor e torcida conforme a descrição acima. Alguns artesãos conseguem esticar a pele quando ainda está úmida.