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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Os Axantes de Gana

O Império de Gana surgiu no século IV, situado em área que hoje integra as Repúblicas de Mali, Mauritânia, Senegal e, provavelmente, da Guiné.
Gana teve o seu apogeu entre os séculos VII e XI, quando controlava as “principais rotas de comércio entre o norte e o sul.
Por esse controle, que sucessivos reis estenderam para o leste, ao longo do Níger, até o Sudão central, e para o oeste, até ao oceano Atlântico, Gana floresceu e enriqueceu”.
Politicamente o império subjugava vários outros reinos de menor poder, exigindo vassalagem e tributos em ouro, outras mercadorias e escravos.
Desde o século VIII Gana era conhecida no norte da África como a “terra do ouro” e durante a Idade Média foi o principal fornecedor do produto aos povos mediterrâneos.

O Império Axante

Os axantes são descendentes diretos dos akan (acã ou asent) e com eles se confundem.
São originários da África ocidental, mais precisamente de terras que hoje integram os atuais Estados de Gana, Togo e Costa do Marfim.
No seu processo de expansão, os axantes migraram para o sul em direção à costa marítima.
Por volta do ano 1200 já tinham organizado alguns Estados tribais, porém a formação de suas cidades só aconteceu no século XIV.
Dedicavam-se à lavra de ouro e à colheita da noz de cola. No início do século XV existiam alguns Estados akans relativamente fortes, destacando-se entre eles os reinos Fanti, Akim (Atch-im) e Denkyira (Dentchi-ra).
Habitando uma região de imensa floresta tropical, o processo de crescimento demográfico e de urbanização dos akans os obrigou a desbravar a floresta virgem para ampliar a área de produção de alimentos. “Esse processo foi talvez acelerado pela descoberta de ouro no nível do alicerce rochoso de muitos dos vales da floresta.
Foi necessário, para explorar o ouro, empregar trabalho escravo.
Apoiadas no interesse internacional pelo comércio do ouro, hierarquias políticas começaram a se desenvolver entre os assentamentos urbanos por volta do século XVII e culminaram com a emergência do grande Estado de Asent [Axante] no século XVIII”.
As tribos axantes, além de guerrear entre si, entraram em choque com os novos vizinhos.
O resultado dessas guerras foi transformar toda a região em uma área de exportação de escravos, que eram negociados com os compradores europeus.
A união das tribos axantes deu-se no século XVIII, com o uso de um instrumento mágico-religioso: um sacerdote fez aparecer um trono de ouro, para significar a união de todas as tribos.
“Até então, o trono real (um tamborete) tinha sido o símbolo do governante como indivíduo, mas [a partir de então] embora o governante pudesse morrer, a nação sobreviveria através daquela cadeira” (No início do século XIX os axantes tinham imposto a sua soberania da floresta tropical até a costa atlântica, comercializando ouro e escravos).