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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Bantos - Religião e poder Político

As seitas religiosas e sociedades sagradas que controlam o acesso aos espíritos e a Deus, controlam também as instituições políticas.
Assim o Rei ou o Soba mantêm a autoridade política, ao passo que as sociedades sagradas mantêm a ordem moral e lembram a sociedade que a autoridade do Rei depende do domínio espiritual, que é a fonte da ordem social.
O Rei pode ter poder político, mas este é um poder vazio a não ser que seja reafirmado e reforçado pela autoridade das sociedades sagradas.
A capacidade de comunicar com os espíritos dos mortos serve também como instrumento de administração de justiça, pois com frequência o adivinho é chamado a resolver disputas entre membros da comunidade.
O Adivinho interpreta factos em função de forças positivas; O curandeiro é um homem prático que tem grande conhecimento do poder curativo de plantas.
O feiticeiro lida com forças negativas que ele manipula contra as suas vítimas.
No que tange à política, pode-se constatar que no mundo banto o poder era concentrado nas mãos dos chefes religiosos e militares.
Havia toda uma rede de solidariedade fundada, em grande parte, em laços matrimoniais.
Na África Centro-Ocidental, o poder do rei estava diretamente ligado ao poder religioso, ainda quando o rei tivesse ganho sua posição pelo uso da força militar e, posteriormente, pelo controle do tráfico de escravos, mas, acima de tudo, o papel religioso era o que justificava o seu direito de governar.
O povo pagava tributos aos chefes, que eram, ao mesmo tempo, seus líderes religiosos.
Em troca disso, os chefes deveriam garantir a presença da chuva, a caça e a colheita com sucesso e ainda a permanência de relações harmônicas dentro do clã.