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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Lino Guedes - A primeira palavra

A primeira palavra

Mas que revolução vai,
por todo esse povo bravo!
o negrinho envés de pai
ou mesmo mãe, disse - "ai"
como qualquer outro escravo.

De Sorrisos do Cativeiro. São Paulo, 1936.

Poeta paulista, nascido em Socorro em 1906. Morreu em 1951.
Autor de Canto do Cisne Negro, Ressurreição Negra,
Urucungo, Negro Preto Cor da Noite, Sorrisos do Cativeiro, etc.
Lino Guedes foi o primeiro poeta negro do século XX que se aceitou negro escrevendo e publicando sobre a consequência dessa atitude.Poeta que, logo após a morte de Lima Barreto, em 1922, dava a lume o seu "Canto do Cisne Negro" (1926), tornando-se, com isso - como exigem alguns - o iniciador da "negritude" no Brasil. E é sobre ele que, no fogo do entusiasmo, um seu companheiro de jornalismo, o mulato Judas Isgorogota, em 1929, profetizava, pela Gazeta: "Nenhum poeta negro das Américas jamais se igualará a Lino Guedes,
De todos os poetas negros que passaram pela Imprensa Negra nas primeiras décadas do século, é o único que fez alguma fortuna literária. Tanto que em 1954, três anos após sua morte, anunciava-se uma edição completa de suas obras, compreendendo vários gêneros literários: poesia, conto, romance, ensaio, biografia, etc.
Morreu em São Paulo, em 4 de março de 1951.

De Lino Guedes:

"Luiz Gama e sua individualidade literária" (1924);
"Black" (1926);
"Ressurreição negra" (1928);
"O Canto do Cisne Preto" (1926);
"Urucungo" (1936);
"Negro Preto Cor da Noite" (1936);
"O Pequeno Bandeirante, Mestre Domingos" (1937);
"Sorrisos de Cativeiro" (1938);
"Vigília de Pai João, Ditinha" (1938);
"Nova Inquilina do Céu, Suncristo" (1951).