Os egípcios já obtinham ouro do Sudão e da Etiópia, e talvez do Zimbabwe antes de 1500 AC.
Ouro da Costa Africana era transportado ate o Egito, Marrocos e países Norte Africanos, por caravanas através do deserto desde 400 DC. e até antes.
Apesar de o ouro ser encarado como mercadoria para ser trocada por sal e outros produtos, sua abundância também abastecia o comercio local e seus ourives.
O apogeu dessa tradição foi obtido pelos Axantes de Gana (ha tempo conhecida como a Costa do Ouro) entre os séculos XVIII e XX DC.
As raízes de sua arte, entretanto, são bem anteriores e não se resumem apenas a atual Gana, mas vieram também do Mali, Costa do Marfim e Senegal.
Os depósitos de ouro da África ocidental desconheciam limites, os aluviões contendo essa riqueza dispersavam-se por toda essa região.
Com efeito, a exploração extra-oficial acontece ainda hoje por todo esse território, abastecendo os ourives locais e as exportações através da cidade de Bamako em Burkina Faso.
A única diferença é que o ouro em pó viaja por avião ao invés das caravanas.
Apesar das grandes minerações na África ocidental, com grandes minas em Gana, Mali e Guiné, o comercio informal acontece como sempre da mesma forma, há séculos.
Suas origens estão em Mali nas cidades de Jenne-Jeno e Timbuktu, os grandes focos do comercio trans-sahariano, desde 500 DC.
Os ourives também se estabeleceram nesses locais, e ha provas de sua atividade, em escavações datando de 900 DC em Jenne-Jeno.
O território de Gana contém as fontes mais ricas de ouro de aluvião na África, com exceção da África do Sul.
Historicamente por volta de 1400, os reinos Akan estabeleceram intercâmbios comerciais com as regiões ao norte do Saara, sendo o ouro, que era abundante na região akan, o principal artigo comercial.
Entretanto, antes do aparecimento dos comerciantes islâmicos os Akan faziam pouco uso desse material.
Os comerciantes do norte, que num primeiro momento monopolizavam o comércio com a região akan, traziam também novas tecnologias.
Entre elas, a metalurgia e a fundição pelo método da cera perdida.
Para atender a demanda dos norte africanos, eles aprenderam a peneirar o ouro dos rios, a obter o ouro dos poços escavados em meio a sedimentos compactados, e finalmente a separar o ouro do quartzo aurífero.
Peneirar ouro ainda é uma atividade feita por mulheres, que também lavam em suas bateias o ouro obtido do quartzo triturado.
Aos homens cabe escavar os poços e extrair o quartzo.
Em alguns vilarejos, as crianças costumam levar suas bateias para peneirar ouro na lama das ruas, após a chuva.
O ouro Akan, era trocado por sal, tecidos, couro, armas, e lingotes de bronze, e objetos de bronze.
E transportado pelas caravanas trans-saarianas antes da chegada dos portugueses em 1472.
Com a chegada dos portugueses, a demanda do ouro aumentou muito.
Eles construíram suas fortalezas na costa africana, para comercializar o ouro.
A fortaleza de Elmina, significando a mina, foi uma das muitas que burlou o controle islâmico do ouro na região.
A exemplo dos portugueses seguiu-se uma corrida de países europeus para estabelecer suas fortalezas na costa.
Com isso as rotas trans-saarianas entraram em declínio.
O comercio do ouro floresceu até 1750, quando iniciou o trafico de escravos.
Com a proibição do trafico pelos britânicos em 1825, houve um retorno do comercio de ouro por algumas décadas, que acabou por extinguir-se em 1900.
O povo Akan tornou-se exímio na ourivesaria devido ao comercio do ouro de forte influencia islâmica.
Essa influencia pode ser notada nas técnicas de martelar o ouro e na fundição com cera perdida, bem como no vocabulário dos estilos.
E mais tarde com a influencia europeia, que pode ser notada no sistema de pesos e medidas usado pelos Akan.
Os Axantes, descendentes dos Akan, possuíam ouro de aluvião, eram ricos, trabalhavam muito no comércio e tinham esse tipo de joias- contas ocas, leves, opacas e trabalhadas em filigrana- mas não para o uso corrente, apenas para aqueles que detinham o poder.
A mina de ouro mais rica do mundo encontra-se na cidade de Obuasi, a 50 km ao sudeste de Kumasi.
É uma mina de superfície e subterrânea, onde grande parte da mineração acontece na superfície.
A pompa e a ostentação do Reino de Axante são demonstradas durante os belos festivais de Adae, que acontecem no palácio de seis em seis semanas.
São ocasiões em que o Rei é carregado em palanquim enfeitado com ornamentos de ouro, sai para receber homenagens de seus vice-reis e do povo.
Museu do Jubileu Prempeh II
É o museu da realeza e história axante, onde se pode ver a coleção de ouro real, as lembranças das guerras que criaram o vasto Reinado de Axante, famosos trajes de guerra, e uma coleção impressionante de fotos históricas.
Além disso, o trono dourado, símbolo de poder e a bandeja da independência em latão, que causou a guerra de 1697-1699 entre os Axantes e seus soberanos, os Denkyira.
