quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O povo Bakongo

O Bakongo é um grupo étnico banto que vive numa larga faixa ao longo da costa atlântica de África, desde o Sul do Gabão até às províncias angolanas do Zaire e do Uíge, passando pela República do Congo, pelo exclave de Cabinda e pela República Democrática do Congo. 
Em Angola é o terceiro maior grupo étnico.
No passado formaram o poderoso Reino do Congo, um dos mais importantes em toda a África de então.
Foi no território Bakongo que, no Século XV, os Portugueses encontraram o reino do Kongo, com a capital em “S. Salvador” (Mbanza Kongo).
Resistiram durante séculos às invasões portuguesas até serem finalmente separados por fronteiras coloniais impostas pelos tratados e acordos entre países europeus no fim do século XIX, dividindo seu território em Congo Belga, África Equatorial Francesa e Angola.

Nome

Antes do século XX não havia nenhuma designação para esse grupo na África, os etnonimos mais antigos documentados datam do século XVII, designando os residentes do Reino do Kongo de Esikongo (Mwisikongo no singular) e os do Reino de Luangu de Bavili (Muvili no singular), possuindo outros nomes nas outras partes dos territórios de fala Kikongo. No fim do século XIX os missionários aplicavam eventualmente para esse grupo o termo Bafiote (m'fiote no singular), embora não esteja claro que o termo nunca tenha sido usado pela população local para descrever a sua própria identidade.
Desde o início do século XX, o etnônimo Bakongo (singular M'Kongo ou Mukongo) ganhou popularidade para designar todos os membros da comunidade de língua Kikongo. Esses povos são mais conhecidos por falarem um grupo de dialetos mutuamente ininteligível do que por uma continuidade histórica ou cultural. O termo "Congo" foi amplamente usado para identificar os povos de língua Kikongo escravizados nas Américas.

História

É bem provável que os povos Kongo tenham chegado à região da Foz do Rio Congo antes de 500 a.C., como parte de uma migração Banta maior. Nesse tempo eles já forjavam o ferro e trabalhavam na agricultura nesta região. É provável que a complexidade social houvesse sido atingida em algumas regiões de fala Kikongo pelo segundo século D.C..
De acordo com as descrições dos viajantes europeus no final do século XV eles viviam espalhados em vários reinos, compreendendo o do Kongo, Ngoyo, Vungu, Kakongo e outros que se estendiam de ambos os lados do Rio Congo. E durante o século XVI, Loango, outro poderoso reino Bakongo havia se desenvolvido e já controlava grande parte da costa norte do Rio Congo.
As histórias dos vários ramos dos povos de língua Kikongo constituídos por grandes monarquias no Kongo e Loango, monarquias menores no Ngoyo, Kakongo e Vungu e entidades ainda menos centralizadas no vale de Niari e outros lugares norte do Rio Congo, são bastante diversificadas. As regiões de Loango, Vungu e o vale de Niari estão mais bem descritas do que noutras partes da região de fala Kikongo, devido ao trabalho antropológico sobre os Bakongos nas regiões colonizadas por franceses e belgas ter sido de melhor qualidade e também devido a maior presença de instituições culturais.
Além disso, pela documentação histórica desta região estar favorecida devido aos abundantes registros históricos escritos sobre o Reino do Kongo. Portanto um dos problemas centrais que se coloca para a compreensão dessa região é o de cruzar os dados de pesquisas antropológicas, aplicáveis também para outras partes região, com os registros históricos.