Indumentária africana
Agbada é o nome ioruba para um tipo de túnica bordada, muito
usada na Nigéria por homens importantes como chefes e reis e também nas
ocasiões cerimoniosas como casamentos e enterros.
O nome Hauçá para essas túnicas é Riga. Atualmente continuam
sendo tecidos a mão, mas bordados a maquina. Antigamente eram bordada a mão.
Esses trajes finos tornaram-se heranças passadas de pai para
filho e usados com orgulho nas cerimônias importantes.
No passado, esses trajes eram exportados e vendidos para
longe.
Atualmente encontram-se em uso em toda África ocidental.
No final do século XVIII e começo do XIX, a região onde fica
a atual Nigéria, foi invadida pelos Fulas, povos muçulmanos governados pelo
chefe Uthman dan Fodio, inspirados pela Jihad islâmica.
Os emirados muçulmanos afastaram os lideres de toda essa
região, desde as cidades-estado dos Hauçás ao norte, passando pelos povos Nupe
às margens do rio Níger, até a cidade ioruba de Ilorin.
O reino ioruba de Oyó foi derrotado e sua capital foi
abandonada em 19830.
Os novos governantes trouxeram consigo um estilo de roupa
masculina que consistia de robes soltos no corpo e calças largas adaptadas para
montaria.
Além disso, instituíram a tradição de roupas de prestigio “robes
d´honeur”, trajes bordados e turbantes, que se tornaram insígnias tanto para
oficiais quanto para governantes.
Os emires e chefes compraram as mais finas roupas para si e
para seus numerosos cortesãos.
Desenvolveu-se assim uma indústria de tecelagem e bordados,
além de alfaiates e tintureiros, para atender aos principais emirados.
Os governantes de outras cortes, como os reis iorubas, sob o
domínio dos fulas, adotaram o mesmo estilo de vestimentas.
No século XX esses trajes tornaram-se as roupas oficiais dos
homens de prestigio por toda a região da Nigéria e vizinhanças.
As melhores roupas eram confeccionadas com tecidos finos
tais como o Fari, um algodão cardado á mão.
A Tsamiya, Sanyan em Yoruba, uma seda rustica e crua.
O Magenta importado (vermelho vinho).
A seda Alharini, Alaari em Ioruba.
E o Saki, conhecido pelos iorubas como Etu, um algodão
cardado e tinto com índigo.
Essas roupas eram bordadas com desenhos clássicos conhecidos
como "duas facas" e "oito facas".
Atribuía-se a esses desenhos bordados o papel de proteção
bem como o de reforçar os bolsos e o colarinho do traje.
Nos últimos tempos com as mudanças de moda, a introdução de
máquinas de bordar, e a farta importação de tecidos, essa manufatura
tradicional foi caindo em qualidade, e praticamente se extinguiu.