quinta-feira, 8 de março de 2012

Camisas de poder - Políticos Africanos

Indumentária africana

A roupa como elemento de afirmação politica leva um cunho bastante original entre os africanos.
Os lideres se servem da moda para impor a sua imagem, seja através de tecidos como de roupas e camisetas.
As vestimentas mais conhecidas entre as camisas e tecidos estampados são a Madiba de Nelson Mandela e a Abacost de Mobutu.
Os Fancy Prints com as imagens de políticos estampadas nos tecidos também constituem uma forma de divulgação de imagem sendo utilizados na confecção de roupas civis.
Além de propaganda possuem o aspecto chamativo do colorido e dos padrões bem ao gosto dos africanos.

Abacost

Abacost é a abreviação da palavra francesa "à bas le costume" que significa abaixo o terno.
Instituir o uso dessa roupa foi o apelo que Mobutu empregou para promover o processo de nacionalização do Zaire na Republica Democrática do Congo, durante os anos 1972 - 1990.
Os homens do Zaire foram impedidos de usar terno com camisa e gravata, para romper com a imagem europeia do passado colonial.
A camisa abacost de mangas curtas e tecido leve era usada preferencialmente sem gravata.
Esse traje ficou identificado com o regime kleptocratico e corrupto de Mobuto.
Quando ele anunciou a transição para a democracia multipartidária em 1990, disse que o terno seria tolerado, mas que a sua preferência seria pela camisa abacost.
Todos os membros de seu partido continuaram usando.
Após sua saída do governo foi abolido uso desse traje.

Madiba

É uma camisa de batik sobre seda, frequentemente estampada em cores vivas.
Popularizou-se na África do Sul durante o governo de Nelson Mandela, na África do Sul.
O nome desse traje vem do clã Madiba, um titulo honorário adotado por seus membros.
Essa camisa foi criada por Desré Buirski e usada em primeira mão pelo recém-eleito presidente durante a cerimônia de abertura do parlamento democrático em 1994.
Esse traje tornou-se sua marca registrada.

Fancy prints

Fancy prints é o nome de uma tecelagem europeia que fabricava e exportava tecidos durante os anos 1920, para a África colonial.
Diferentemente das técnicas convencionais de estamparia em cera, essa permitia a impressão de imagens fotográficas sobre o tecido.
As estampas foram logo adotadas para elaborar aquilo que veio a se chamar roupas comemorativas.
Em muitas partes do continente africano existe a tradição de grandes chefes distribuírem roupas para seus correligionários.
Assim, os novos lideres da África pós-colonial, usaram esses tecidos como veículo de promoção de sua imagem e por estarem de acordo com as tradições.
Os tecidos eram estampados sob as despesas do governo e distribuídos gratuitamente ou subsidiados para serem vendidos a baixo custo pelas mulheres nos mercados.
Exibindo as imagens dos lideres nas roupas expressava-se a simpatia pelo governo quaisquer que fossem os verdadeiros sentimentos dos usuários.