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domingo, 4 de março de 2012

Contas de osso do Quênia


Contas africanas

Essas contas conhecidas como Batik, são entalhadas à mão e tingidas.
Seus desenhos evocam os padrões tradicionais encontrados nos tecidos tradicionais africanos.
O método de confecção dessas contas é similar ao do Batik.
As áreas brancas são aquelas que ficam protegidas por uma camada de cera, e o preto é impregnado no resto do osso.
Apos a pintura com cera, as contas são mergulhadas em uma tinta negra espessa obtida pela cocção da seiva de arvores.
Quando secas são lavadas para remover-se a cera e o desenho branco do osso aparece.

Quênia

Quênia é um país onde tudo respira vida. Tudo lateja com uma força interior que vaza por todos os locais tanto nas cidades quanto nas paisagens, assim como na fauna e flora.
Esta força percebe-se também no olhar profundo das diferentes tribos que habitam o país. Altivos Masais, considerados como os guerreiros mais temidos apesar de que na atual idade mostram-se curiosos, comunicativos e amantes da liberdade acima de tudo, tanto que se vão presos por algum motivo, costumam morrer de pena, porque não são capazes de conceber que em algum tempo irão recuperar sua liberdade; Kikuius, a tribo que mais poder têm atingido ao longo da história do Quênia; exóticos Samburus com seus braceletes e colares de contas, os quais preferem seguir vivendo afastados de toda modernização; Luos, simpáticos e totalmente integrados; distintos Somalis e assim por diante uma grande variedade de tribos que convivem em um país tocado por uma estranha graça divina.

Contas sul africanas

No passado as contas eram feitas de cascas de ovos de avestruz, marfins, argilas pintadas e transformadas em adornos, colares, pulseiras. As mulheres turkana, ao norte do Quênia, ostentavam adereços enormes e rebuscados, que acabaram sendo copiados e adaptados ao gosto do Ocidente, como ícones da estética africana. A maioria das tribos do país sempre usou o colorido e as texturas das contas, pedras e âmbares como parte da indumentária.
O povo Maasai, que nunca mudou o modo de vestir e manteve uma imagem de resistência cultural hoje explorada como um símbolo do Quênia combina mosaicos e cordões de contas e miçangas com o vermelho vibrante de suas roupas.
O povo kikuio, que abraçou totalmente as novidades trazidas com o surgimento da cidade, em torno de uma estação de trem, e adaptou seus costumes e vestuário ao modo trazido pelos ingleses, também deixou sua contribuição para o artesanato das feiras públicas. "No passado as mulheres de minha tribo se cobriam de cores e enrolavam milhares de contas na cintura, no pescoço, ombros e cabeça, além de grandes brincos de argola", conta a manicure Shirro.
Turbantes e panos coloridos das várias regiões do Quênia e redondezas vibram nas ruas de Nairóbi, apesar do espaço perdido para as saias e camisas sizudas e sintéticas que escoam da China para as ruas comerciais e igrejas católicas, protestantes, evangélicas. "Não somos as mesmas pessoas de antes", explica Shirro, sobre sua tribo. "Hoje gostamos da vida urbana, dos negócios e de ir à igreja."
Para o turismo, os verdadeiros fetiches quenianos vão e vêm entre mercados públicos e feiras que se armam e desaparecem no final do dia. Não são mais compostos de cascas de ovos de avestruz ou chifres de elefantes, hoje melhor protegidos por leis ambientais, embora continuem alimentando um comércio mais caro.
As mãos ágeis de artesãos que aprendem o ofício já na infância incorporam quinquilharias industrializadas, como fios de nylon e fechos de metal, aos pedaços de ossos de animais, esculpidos, trabalhados com desenhos em tons de preto e marrom, juntam pedras polidas às madeiras entalhadas e colares sem fim de âmbares e miçangas.
Diante do resultado, visitantes aprendem depressa a arte da barganha, um ritual de bons negócios, mas às vezes também um bom motivo para a atenção das organizações de comércio justo.
Essas bancas de adereços reluzentes se espalharam pela via circular do Estádio do Kasarani e tornaram a sede do FSM 2007 mais parecida com os mercados e feiras de Nairóbi, um lugar enfeitado de cores e contas por todo lado.