Contas africanas
Essas contas conhecidas como Batik, são entalhadas à mão e
tingidas.
Seus desenhos evocam os padrões tradicionais encontrados nos
tecidos tradicionais africanos.
O método de confecção dessas contas é similar ao do Batik.
As áreas brancas são aquelas que ficam protegidas por uma
camada de cera, e o preto é impregnado no resto do osso.
Apos a pintura com cera, as contas são mergulhadas em uma
tinta negra espessa obtida pela cocção da seiva de arvores.
Quando secas são lavadas para remover-se a cera e o desenho
branco do osso aparece.
Quênia
Quênia é um país onde tudo respira vida. Tudo lateja com uma
força interior que vaza por todos os locais tanto nas cidades quanto nas
paisagens, assim como na fauna e flora.
Esta força percebe-se também no olhar profundo das
diferentes tribos que habitam o país. Altivos Masais, considerados como os
guerreiros mais temidos apesar de que na atual idade mostram-se curiosos,
comunicativos e amantes da liberdade acima de tudo, tanto que se vão presos por
algum motivo, costumam morrer de pena, porque não são capazes de conceber que
em algum tempo irão recuperar sua liberdade; Kikuius, a tribo que mais poder
têm atingido ao longo da história do Quênia; exóticos Samburus com seus braceletes
e colares de contas, os quais preferem seguir vivendo afastados de toda
modernização; Luos, simpáticos e totalmente integrados; distintos Somalis e assim
por diante uma grande variedade de tribos que convivem em um país tocado por
uma estranha graça divina.
Contas sul africanas
No passado as contas eram feitas de cascas de ovos de avestruz,
marfins, argilas pintadas e transformadas em adornos, colares, pulseiras. As
mulheres turkana, ao norte do Quênia, ostentavam adereços enormes e rebuscados,
que acabaram sendo copiados e adaptados ao gosto do Ocidente, como ícones da
estética africana. A maioria das tribos do país sempre usou o colorido e as
texturas das contas, pedras e âmbares como parte da indumentária.
O povo Maasai, que nunca mudou o modo de vestir e manteve
uma imagem de resistência cultural hoje explorada como um símbolo do Quênia
combina mosaicos e cordões de contas e miçangas com o vermelho vibrante de suas
roupas.
O povo kikuio, que abraçou totalmente as novidades trazidas
com o surgimento da cidade, em torno de uma estação de trem, e adaptou seus
costumes e vestuário ao modo trazido pelos ingleses, também deixou sua
contribuição para o artesanato das feiras públicas. "No passado as
mulheres de minha tribo se cobriam de cores e enrolavam milhares de contas na
cintura, no pescoço, ombros e cabeça, além de grandes brincos de argola",
conta a manicure Shirro.
Turbantes e panos coloridos das várias regiões do Quênia e redondezas
vibram nas ruas de Nairóbi, apesar do espaço perdido para as saias e camisas
sizudas e sintéticas que escoam da China para as ruas comerciais e igrejas
católicas, protestantes, evangélicas. "Não somos as mesmas pessoas de
antes", explica Shirro, sobre sua tribo. "Hoje gostamos da vida
urbana, dos negócios e de ir à igreja."
Para o turismo, os verdadeiros fetiches quenianos vão e vêm
entre mercados públicos e feiras que se armam e desaparecem no final do dia.
Não são mais compostos de cascas de ovos de avestruz ou chifres de elefantes,
hoje melhor protegidos por leis ambientais, embora continuem alimentando um
comércio mais caro.
As mãos ágeis de artesãos que aprendem o ofício já na infância
incorporam quinquilharias industrializadas, como fios de nylon e fechos de
metal, aos pedaços de ossos de animais, esculpidos, trabalhados com desenhos em
tons de preto e marrom, juntam pedras polidas às madeiras entalhadas e colares
sem fim de âmbares e miçangas.
Diante do resultado, visitantes aprendem depressa a arte da
barganha, um ritual de bons negócios, mas às vezes também um bom motivo para a
atenção das organizações de comércio justo.
Essas bancas de adereços reluzentes se espalharam pela via
circular do Estádio do Kasarani e tornaram a sede do FSM 2007 mais parecida com
os mercados e feiras de Nairóbi, um lugar enfeitado de cores e contas por todo
lado.