Arquitetura na África
Zanzibar, A ilha das especiarias É ao largo da costa
tanzaniana, em pleno oceano Índico, que vamos encontrar a mais colorida das
áfricas, terra de exotismo, de memória e de sonho.
Paraíso perdido que o século XXI não resgatou ao tempo.
Para saber mais a respeito dessa localidade veja o link em
preto logo abaixo:
Zanzibar
O exotismo africano
Abraçada pelas águas tórridas do Índico que espelham um
profundo céu azul, Zanzibar deslumbra logo à chegada.
Stone Town, a parte mais antiga e bonita da sua capital,
Zanzibar Town, é o coração da ilha. Cidade erguida em tempos antigos leva-nos
numa viagem no tempo em que, de repente, voltamos à época do Oriente, das
especiarias, do comércio de escravos.
A arquitetura fortalece esta impressão, proporcionando um
cenário semelhante aos evocados nas Mil e Uma Noites, com marcada influência
árabe e a harmonia perfeita entre os traços africano e oriental.
Durante séculos este antigo entreposto de escravos controlou
as rotas comerciais entre o continente africano e os mercados da Arábia, Índia
e outros mais longe.
Egípcios, árabes, portugueses, ingleses todos eles
governaram o território e o consideraram como a verdadeira joia da coroa
inglesa, quer pela sua localização estratégica ao largo da Costa Africana,
fulcral para o próspero negócio de escravos, marfim, ébano e ouro, quer pelas
suas águas, solos férteis e clima ameno.
Stonetown (cidade de pedra) conhecida localmente como Mgi
Mkongwe era um antigo vilarejo de pesca quando a capital estava em Unguja Ukuu,
situada mais ao sul da ilha.
Quando o sultão Seyed Said mudou-se para o Zanzibar, ele deu
inicio ao desenvolvimento de Stonetown.
O nome Zanzibar evoca a época dos grandes aventureiros como
Livingstone, dos grandes sultões e de Simbad, o marujo.
É o principal produtor mundial de cravo-da-índia, e outras
especiarias, o que a torna um lugar cheio de fragrâncias exóticas.
A cidade convida a que nos percamos a passear pelas suas
ruas estreitas e feiras; isso, sem deixar de visitar os principais monumentos,
como a Casa das Maravilhas, o forte português e o antigo dispensário.
O velho dispensário
Dispensário é um estabelecimento que presta atendimento
médico e distribui medicamentos.
Vai-se a um dispensário fazer uma consulta.
Os nomes lazareto e dispensário carregam um peso devido a
sua dura missão de tratar o mal de hansen.
Um dos prédios mais bonitos da cidade é o antigo dispensário,
com sua fachada ricamente rendilhada.
Foi construído no século 19, por um antigo comerciante
indiano chamado Tharia Topan.
A maior parte do material de construção e a mão de obra
foram trazidas da Índia.
Tharia Topan morreu antes de ver a obra completada.
O prédio ficou abandonado ate a morte de sua esposa, sendo concluído
por pressão do cônsul britânico.
Foi inaugurado em 1887, e chamado de "Tharia Topan
Jubilee Hospital".
Passou recentemente por uma restauração financiada pela
fundação Aga Khan.
Atualmente funciona como um centro cultural.
A historia da hanseniase
A Hanseníase ou lepra sempre foi uma enfermidade preocupante
para a área da saúde. Antes mesmo de ser classificada como enfermidade, quando
ainda, conforme relatos bíblicos era considerada impureza de espírito, a
Hanseníase já se evidenciava como um problema mais social de que físico.
Isto se deve ao fato de ser uma doença transmissível,
mutilante e incapacitante e que, além disso, deforma a parte nobre da aparência
física que é o rosto.
Por causa disso, além da questão psicológica que envolvia
estes doentes, estes enfrentavam dificuldades financeiras pela incapacidade
para o trabalho.
A doença continuou sendo um problema durante vários séculos
e teve seu ponto crítico no século XIII e seu declínio na Itália no século XVI,
e na França, Inglaterra e Alemanha somente no século XVIII.
Existem poucos registros, referências e discussões sobre o
aparecimento da doença, o que torna difícil uma abordagem mais precisa sobre o
tema.
Na Alexandria, 300 anos antes de Cristo, o mais famoso
centro de estudos de medicina da Antiguidade, já se estudava a chamada Elephantíasis
que, por muito tempo, foi confundida com a Hanseníase e tratada como tal
(Koelbing, 1972).
As primeiras referências confirmadas, no entanto, apenas
descrições da doença, foram encontradas na Índia e no Egito, datadas do século sete
a.C. (Frohn, 1933).
Sabe-se ainda que, na época em que Cristo viveu, conforme
citação bíblica havia casos de Hanseníase.
No Antigo Testamento, em Levítico, capítulo 13, encontra-se
toda uma orientação sobre a doença, seus sinais para identificação e cuidados
em relação aos doentes, mas, dificilmente se pode comprovar que realmente se
tratava de Hanseníase.
Os medievais acreditavam na existência de seres misteriosos
que habitavam os céus e que provocavam as tempestades, a loucura e as doenças.
Portanto, convinha tratar com prudência os que eram
responsáveis por sua saúde ou doença, prosperidade ou miséria.
Muitos santos, que também habitavam os céus, eram invocados
a proteger as pessoas das diversas doenças que por sua vez, recebiam nomes de
santos.
Assim, a Peste Bubônica recebeu o nome de mal de São Roque
ou de São Sebastião; a Gangrena era chamada de fogo de Santo Antônio e a
Hanseníase de mal de São Lázaro. Lázaro, no Novo Testamento, em Lucas 16,19-31,
tem suas lesões hansênicas sendo lambidas pelos cães, se contentando com as
migalhas que caíam da mesa do rico.
Quando morre, vai para o seio de Abraão, enquanto que o rico
vai para o inferno.
Daí provavelmente tenha surgido o nome de Lazareto para as
pequenas construções
feitas para estes doentes nesta época. Os hansenianos, por
exemplo, eram colocados à distância das cidades, nos leprosários, porém a uma
distância suficiente para que pudessem ser controlados.
A doença no Brasil
Nos três primeiros séculos decorridos depois do
descobrimento, os conhecimentos sobre a ciência médica no Brasil nada mais eram
do que noções, ideias e preceitos adquiridos empiricamente pela observação
imediata dos casos e, algumas vezes, por informações recebidas de visitantes de
outros países.
De Portugal raramente eram enviados profissionais médicos
para aqui se estabelecerem. Quando vinham, ficavam sempre por um curto espaço
de tempo.
Isto se devia às precárias condições culturais, ao ambiente
considerado hostil e ao um baixo nível econômico em que se encontrava o país no
período colonial. Mesmo assim, algumas patologias foram registradas, e, para se
ter uma ideia da situação de saúde do país neste período, podem-se citar as
enfermidades que mais acometiam os habitantes: o bócio endêmico, parasitoses e
dermatoses de várias etiologias, infecções intestinais, a varíola, o sarampo, a
escarlatina, a tuberculose, a lepra, as doenças venéreas, e outras infecções,
conforme citavam Santos Filho (1960), Schmitt (1990) e Costa (1985
A preocupação para com estas enfermidades começou a se
evidenciar quando as autoridades governamentais incluíram no seu programa de
colonização, a construção de hospitais, lazaretos, dispensários e asilos para
recolher pobres ou doentes, a pedido, principalmente, de religiosos.
A partir de então, edificaram-se as Santas Casas de
Misericórdia, a exemplo das que existiam em Portugal (Paixão, 1979; Santos
Filho, 1960).