Arquitetura na África
Algumas partes de Asmara lembram as pequenas cidades
provincianas da Itália.
O prédio da I.R.G. A está em meio a um desses arredores.
Sua arquitetura destaca-se, apesar da sua famosa vizinha, a
Fiat Tagliero, que mostramos em paginas anteriores.
A IRGA (Industra Resine Gomma Affini) é uma indústria
italiana de borracha e derivados, utilizados para aplicações industriais.
Sobre a arquitetura fascista
É sempre desconfortável lembrar que frente à desmoralizada
democracia italiana do início dos anos 20, o fascismo foi um movimento com
ampla adesão popular.
Após massacrar as alternativas de esquerda, o fascismo gozou
por anos de unanimidade, inclusive entre os arquitetos, fossem eles
racionalistas ou acadêmicos.
A disputa ocorreu entre vários agrupamentos de arquitetos
pela hegemonia na representação do regime. Paradoxalmente, a primeira proposta
de uma arquitetura como "arte de Estado" veio dos racionalistas em
1931, pela ação de Pietro Maria Bardi na sua "Petição a Mussolini pela
arquitetura".
Nesse manifesto, Bardi defendia que os jovens do Movimento
Italiano de Arquitetura Racional (e não a classe de profissionais consolidados
liderados por Piacentini) deveriam ser os legítimos representantes do espírito
modernizador fascista.
Quando em 1937 Mussolini finalmente resolveu adotar um
estilo oficial, não optou pelo racionalismo e sim pelo classicismo de
Piacentini.
Além de ser coerente com o poder interno à corporação dos
arquitetos, a opção de Mussolini foi motivada pela declaração do Império
Italiano após a invasão de Etiópia.
Um império deveria ter um estilo que remetesse, sem
mediações, à grandeza do Império Romano.