terça-feira, 6 de março de 2012

Fabrica IRGA, Asmara – Eritreia


Arquitetura na África

Algumas partes de Asmara lembram as pequenas cidades provincianas da Itália.
O prédio da I.R.G. A está em meio a um desses arredores.
Sua arquitetura destaca-se, apesar da sua famosa vizinha, a Fiat Tagliero, que mostramos em paginas anteriores.
A IRGA (Industra Resine Gomma Affini) é uma indústria italiana de borracha e derivados, utilizados para aplicações industriais.

Sobre a arquitetura fascista

É sempre desconfortável lembrar que frente à desmoralizada democracia italiana do início dos anos 20, o fascismo foi um movimento com ampla adesão popular.
Após massacrar as alternativas de esquerda, o fascismo gozou por anos de unanimidade, inclusive entre os arquitetos, fossem eles racionalistas ou acadêmicos.
A disputa ocorreu entre vários agrupamentos de arquitetos pela hegemonia na representação do regime. Paradoxalmente, a primeira proposta de uma arquitetura como "arte de Estado" veio dos racionalistas em 1931, pela ação de Pietro Maria Bardi na sua "Petição a Mussolini pela arquitetura".
Nesse manifesto, Bardi defendia que os jovens do Movimento Italiano de Arquitetura Racional (e não a classe de profissionais consolidados liderados por Piacentini) deveriam ser os legítimos representantes do espírito modernizador fascista.
Quando em 1937 Mussolini finalmente resolveu adotar um estilo oficial, não optou pelo racionalismo e sim pelo classicismo de Piacentini.
Além de ser coerente com o poder interno à corporação dos arquitetos, a opção de Mussolini foi motivada pela declaração do Império Italiano após a invasão de Etiópia.
Um império deveria ter um estilo que remetesse, sem mediações, à grandeza do Império Romano.