Exu é o mensageiro divino que entrega os sacrifícios oferecidos
no seu santuário, de acordo com aquilo que foi receitado pelos adivinhos, para
Olorun. Ele também é o trapaceiro divino, que não somente se delicia pregando
peças, como também ajuda os outros deuses a causar problemas aos humanos que
ofendem ou negligenciam-nos.
É chamado de (Exu Odara) "não é bom", e também
conhecido como Elégba e Júoríwà. Sua cidade é Iworo. Não importando qual
divindade cultuem, todos rezam para ele para que não lhes cause problemas, e
parte dos sacrifícios oferecidos é separada para Exu. Seu santuário é um pedaço
de laterita colocado do lado de fora da casa sobro a qual se oferecem
sacrifício, ou então uma figura tosca de barro colocada nas encruzilhadas, na
qual os passantes dão búzios ou pedaços de comida.
Exu é o mais jovem e esperto de todos os deuses criados por
Olorum, havendo aqueles que creem que ele foi criado por Orixalá. Num dos
versos divinatórios, conta-se que Exu engendrou Exu foi avisado que ele iria
querer passa-lo para trás além de tomar o seu mundo caso ele não ficasse
atente; em seguida Exu entalhou porretes usando-os para suplantar todos os
seres da terra, e tudo aquilo que o Senhor estava fazendo. Por isso Orixalá
enviou Exu para viver nas encruzilhadas e coletar algo de cada passante que
estivesse por ali; com isso tornou-se rico e maior do que todos os irmãos mais
velhos. Ele é preguiçoso e não tem trabalho para fazer. As afirmações: "Os
homens preguiçosos vivem de sua esperteza e somente os bobos não sabem como
gerir seus negócios" referem-se a Exu.
Tal como nos versos de Ifa, Exu aparece aqui primeiramente
no seu papel de "feitor divino" aquele que pune os que falham em
oferecer os sacrifícios prescritos pelo adivinho e recompensa aqueles que
entregam as oferendas. Sua maneira de manipular ede servir como mensageiro das
divindades é digna de nota, e pouco se parece com a imagem de Satã criada por
Cristãos e Muçulmanos. Abimbola descreve Exu como sendo um policial, porém ele
não resume sua tarefa em prender pessoas e leva-las para a corte de justiça.
Ele exerce pessoalmente a justiça divina, tanto para punir quanto para
recompensar. Seu papel também não corresponde com as designações de
"principio da dubiedade", ou de” espírito do acaso e da
incerteza" (Eliosofon e Fagg). Não há nada mais certo do que a assistência
que ele presta àqueles que lhe ofereceram os sacrifícios e oferendas ou fizeram
alguma coisa para agradá-lo; bem como os castigos com que ele pune e seu
regozijo diante das desventuras diante daqueles que não seguem o que o adivinho
receitou ou diante das ofensas que se cometem.
William Russell Bascom
1912-1981
William R. Bascom nasceu em 1912 em Princeton, Illinois.
Diplomou-se em Física no ano de 1933 na Universidade de
Wisconsin, Madison.
Decidiu tomar um rumo diferente em carreira obtendo o mestrado
em Antropologia em 1936.
Em 1939, foi o primeiro aluno a receber um Ph. D. em
Antropologia na Northwestern University como discípulo de Melville Herskovits.
Publicou Sixteen Cowries: Yoruba Divination from Africa to
the New World (1980) Dezesseis búzios: adivinhação ioruba da África para o Novo
Mundo (1980).
Ifa Divination, Traduzido - Bascom, William
Sixteen Cowries - Extratos do livro - Bascom, William
Sixteen cowries: Yoruba divination from Africa to the New
World
Autor William Russell Bascom
Edição reimpressão, ilustrada
Editora Indiana University Press, 1993
ISBN 0253208475, 9780253208477
Num. págs. 790 páginas