Nos versos divinatórios Orixalá aparece com os nomes de
Òrìsalá e Òrìsànlá, frequentemente encurtados para Osalá e Osànlá, ou com seus
nomes de louvor Òrisalá Òsèrègbò e Erijalo. Obanfúnwà, que pode significar.
"O rei da o destino" parece ser outro de seus nomes de louvor. Os
nomes Obàlùfòn, cuja cidade está identificada como Èrìn,Òlùfòn, e Òrìsà Wuji ou
Òrìsà`Àgbòwuji também são usados. Entretanto seus adoradores referem-se a ele
frequentemente como (Baba) pai, ou (Òrìsà, com sua forma reduzida, Osà) ou
"Divindade". A palavra orixá traduzida como divindade, refere-se
frequentemente às divindades da criação ou “do branco" distinguindo-se das
demais divindades (ebora, ebura, imolè).
Oxalá controla o merindilogun (Jogo de búzios) do mesmo modo
como Orumila controla o jogo de Ifá. Os versos frequentemente dizem “Orisà
fala" ao dar a predição e ao consultante frequentemente pergunta-se” Você
esta vendo o que o Orixá diz? Um moto frequentemente repetido é que o
consultante” está louvando os adivinhos, e os adivinhos louvando Orixá, por ter
dado a eles a verdade”, ou literalmente "que os adivinhos tenham falado
com boca santa". Isso significa que os adivinhos estavam louvando Orixalá
por ter-lhes oferecido uma adivinhação precisa, e que o que foi predito
tornou-se verdade.
Os versos também citam Aratumi, Oxum, Ere ou Python, Oro, e
Yemo ou Yemuo, também conhecida como Motawede, como sendo esposas de Orixalá
além de Adun ou lesma e Yemoja. Exu e Omoniyire são seus filhos de acordo com
os versos. Eles também falam como Orixalá adquiriu (àse) o poder para que suas
predições se tornassem verdadeiras, mas também por que motivo isso não aconteceu
uma vez, e o porquê foi aconselhado a usar roupas brancas. Quando Oxum
encontrou-se com Orixalá no seu santuário, foi avisada para usar roupas
brancas, um gorro branco, calças brancas e que tudo “deveria estar limpo!"
E quando as roupas de orixalá foram manchadas por azeite de dendê e de
palmiste, ambos tabus para ele, e sujas por madeira negra, Yemo deu-lhe roupas
brancas e limpas para usar. Outros versos contam como ele começou a comer
cozidos sem tempero oferecidos como sacrifício em sua homenagem e como tornou
sal um tabu para os albinos.
Ha também referências às contas brancas que usa seu metal
específico, seu tambor agba, e os sacrifícios onde ele quer que tudo seja
branco, sejam roupas, galinhas, pombos, e lesmas. Ele encontra-se com o caracol
recolhendo impostos nos portões da cidade, onde Orunmila e Ogum também se
deparam com seus sacrifícios preferidos, a cabra e o cachorro.
Grande parte das "divindades do branco" é
mencionada nos versos. Orixá Oluofin, já mencionado anteriormente e identificado
com Olodumare, leva a roupa branca de Orixá Rowu, recebendo o titulo de Orixá
Olojo. De acordo com Salako, essas são três divindades diferentes, e Orixá Rowu
é o filho mais velho de Orixalá, mas Idowu identifica Orixalá como Orixá Rowu e
como Orixalá na cidade de Owu. Um dos versos prescreve um sacrifício para uma
divindade do branco não identificada. Orixá Ogiyan, louvado como “Aquele que
aprecia a honra", é surrado com varetas por sete albinos em Ejigbo, sua
cidade, numa aparente alusão ao flagelo, que é praticado por seus adoradores.
Esse mesmo verso prescreve um sacrifício para um monte desconhecido e Orixá
Oke, uma divindade dos montes. A figura dos montes aparece proeminentemente em
vários versos, incluindo Osinnindo em Ibadan e olumo em Abeokuta. (ambos são
morros).
William Russell Bascom
1912-1981
William R. Bascom nasceu em 1912 em Princeton, Illinois.
Diplomou-se em Física no ano de 1933 na Universidade de
Wisconsin, Madison.
Decidiu tomar um rumo diferente em carreira obtendo o mestrado
em Antropologia em 1936.
Em 1939, foi o primeiro aluno a receber um Ph.D. em
Antropologia na Northwestern University como discípulo de Melville Herskovits.
Publicou Sixteen Cowries: Yoruba Divination from Africa to
the New World (1980) Dezesseis búzios: adivinhação ioruba da África para o Novo
Mundo (1980).
Ifa Divination, Traduzido - Bascom, William
Sixteen Cowries - Extratos do livro - Bascom, William
Sixteen cowries: Yoruba divination from Africa to the New
World
Autor William Russell Bascom
Edição reimpressão, ilustrada
Editora Indiana University Press, 1993
ISBN 0253208475, 9780253208477
Num. págs. 790 páginas