A afirmação de Oswald de Andrade de que As religiões no Rio,
de Paulo Barreto (mais conhecido como João do Rio), trazem para o âmbito da
literatura brasileira um contingente pitoresco coloca a literatura do escritor
carioca na rota do projeto de construção de uma identidade nacional,
preconizado pelo escritor paulista, na década de 20 do século XX.
As religiões no Rio, publicadas em 1904, tiveram uma tiragem
pequena, cerca de mil exemplares, e logo se esgotou.
Reunindo as reportagens publicadas entre fevereiro e abril
de 1904, na Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, João do Rio aborda as
religiões praticadas no Rio de Janeiro ainda desconhecidas pela imprensa e pelo
grande público.
As reportagens causaram sensação e foram lidas avidamente.
Muitos leitores duvidaram da veracidade das reportagens,
considerando-as uma fantasia ou mesmo uma invenção de um escritor bastante
imaginoso; outros, depois de publicadas em livro, consideram a obra um plágio
de Les petites religions de Paris, de Jules Bois.
Do texto:
Em busca do Eldorado crítico: João do Rio sob o olhar de
Oswald De Andrade
de
Sebastião Marques Cardoso
Doutorando UNICAMP-IEL