Governo e Administração
Reféns
Todos os soberanos do Sudão achavam politica e
administrativamente prudente obrigar os filhos de seus vassalos a prestar
serviços por um determinado período em seu palácio. Alguns desses jovens príncipes
ali permaneciam durante toda a sua vida como pajens, e obviamente tratados de
acordo conforme sua importância, enquanto outros voltavam para suas províncias
de origem após terem passado alguns anos como reféns. Sâdi observou que esse
costume durou desde o tempo do Mali até seus dias, e foi um consenso por todo o
Sudão.
Então, Ali-Kolon, o futuro Sonni Ali, foi o primeiro refém
do Mansa de Mali, em Songhai, sua pátria naquele tempo, sujeita ao Mali.
Sabe-se que, apesar das precauções tomadas pelo soberano, seu pai, ele teve que
escapar para o reino de Kaoga, cujos limites antes de sua ascensão, não se estendiam
além dos subúrbios daquela cidade. O plano concebido e executado por Sonni Ali
prova, se isso for o caso, que as medidas tomadas pelos reis sudaneses não eram
necessárias. Durante esse período de criação dos filhos de seus vassalos, eles
esperavam faze-los compartilhar suas próprias ideias, para mantê-los fortemente
identificados com os interesses do reino, para que nunca mais se sentissem
estrangeiros obrigados a combate suas devoções filiais. Essas eram as
precauções no encalço de uma politica de estreitamento de laços entre várias
províncias e o berço do reino, um esforço de integração após a anexação de uma
província. Exatamente do mesmo modo, que num período anterior, os faraós
egípcios faziam com os filhos dos príncipes asiáticos que eram seus vassalos
durante o reinado de Tutmosis III, da decima-oitava dinastia. Esse processo de
assimilação era apenas um dos métodos usados na administração governamental
africana.
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