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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dan Dangbe


Situado no centro da cidade, de fronte à basílica de Uidá, o templo dos pítons é um local sagrado e povoado de histórias.
Dan é o vodun da riqueza, bastante popular na Religião Fon. Simbolizado por uma serpente que vai rastejando para esconder-se na terra, e que sobe ao céu na forma de arco-íris.
Essa divindade se encarna nas serpentes píton, que são aparentemente inofensivas para o homem.
Para cultua-las seus fieis construiram um templo.
O nome completo desse vodum é Dan Ayidohwedo.
É um Ayi-vodun (divindade superior) por transportar Heviossô (o equivalente a Xangô) até as nuvens, onde ele semeia as chuvas benfazejas.
Não se sabe exatamente de que maneira a serpente foi divinizada.
É provável que os emigrantes refugiados Adjás, originários do planalto na província Mahi vindos do Daomé pra a cidade de Bè, trouxeram seus altares os otás de Dan.
E que seus deuses encontraram lugar entre os demais.
O culto Dangbe é a divindade nacional dos Mahio Tô-vodun. No país Fon, os noviços de Dan são conhecidos por mahinu, e falam o dialeto mahi dentro do templo. Durante a iniciação eles são chamados de lali, aqueles que têm metade da cabeça raspada. Ao término do processo de iniciação raspa-se o outro lado.
O vodun Dan corresponde a uma família, onde existem quarenta e uma formas masculinas e femininas da divindade.
Por ser ligado à fertilidade e à riqueza, Dan possui muitos adeptos e iniciados que procuram sua ajuda.
O nome Dangbe é raramente usado pelos seus adoradores em geral substituído por Togbé, o avô.
Em Uidá, não se fala que uma serpente morreu, o costume é dizer que a noite caiu.
Essa expressão usada para a morte de um ser humano, também se usa para as serpentes pítons, evocando o lugar, a direção e todo o simbolismo que rodeia a história desse povo.
Lenda
A adoração da serpente começou após uma guerra fratricida que depôs o reino do Daomé e o de Houeda atual Uidá, em 1717.
Segundo a lenda após a queda de Houeda, o rei Kpasse refugiou-se em uma extensa floresta para escapar do rei Guezo, cuja única missão era a de capturá-lo.
Os inimigos se lançaram em seu encalce. Para frear seus passos, os pítons irromperam de todos os lugares da floresta.
Os perseguidores do rei fugiram, e ele foi salvo. Como agradecimento, Kpasse erigiu três abrigos dentro da floresta e fez das serpentes o totem dos Houedas.
Os pítons
Distinguem-se dois tipos de pítons:
A serpente Sheba (boa constrictor), que mede de 8 a 12 metros de comprimento, bastante venenosa e muito perigosa.
E a píton real, inofensiva e objeto de culto dos voduns da família Adjovi-Kpetunon de Uidá.
A cada sete anos os adeptos de dangbe festejam as pítons no seu templo.
Durante a festa quarenta e uma meninas virgens vão buscar agua sagrada em pequenos jarros chamados Gosin em Fon, para encher um grande jarro usado nas cerimonias de purificação.
O altar da divindade encontra-se no maior dos abrigos, usada como local de preces e invocações para os chefes do culto.
Os dois outros são usados para cerimonias de purificação e de proteção contra os maus espíritos.
O enterro de uma serpente píton se realiza dentro do templo, e segue o mesmo ritual usado para o enterro dos humanos. Lembremo-nos que a píton não morre, é a noite que cai.
O culto no Brasil
No Candomblé Jêje preserva-se a tradição Mahi,
Utilizando-se ainda, alguns nomes como Gbèsén ("A que faz frutificar a vida" - aspecto feminino) e Jikún ("Semeador da chuva" - aspecto masculino).
Fonte:
LE TEMPLE DES PYTHONS
http://www.fragmentsdumonde.org/2000/RUB9/
Benin020/LGA/PLACE/dah.htm