No dia do Festival Anual de Oxum, Atáója vai solenemente até as margens do rio. Tem a cabeça coberta por uma coroa monumental, usando uma pesada roupa de veludo. Anda com calma e gravidade, rodeado por suas mulheres e seus dignatários.
Nessa procissão anual, uma de suas filhas leva a cabaça contendo os objetos sagrados de Oxum. É a Arugbá Òsun ("aquela que leva a cabaça de Oxum"). Ela representa a moça que outrora desapareceu no rio. Depois que atinge a idade da puberdade, ela não pode mais preencher esta função. Mas, pela graça de Oxum, a descendência de Atáója é sempre numerosa, não faltando oportunidade para encontrar uma nova Arugbá Òsun.
O Atáója senta-se numa clareira onde acolhe as pessoas que vêm assistir à cerimônia. Os reis e os chefes das cidades vizinhas estão todos presentes ou enviam representantes. As delegações chegam, uma após a outra, acompanhadas de músicos. Trocas de saudações, posternações e danças sucedem-se como formas de cortesia recíprocas, com animação crescente.
Ao final da manhã, Atáója, acompanhado do seu povo e dos seus hóspedes, aproxima-se do rio e aí manda lançar oferendas e comidas, no mesmo lugar onde Laro o fizera outrora. Os peixes as disputam sob o olhar atento das sacerdotisas de Oxum.
A seguir, Atáója dirige-se até as proximidades de um templo vizinho e senta-se sobre a pedra (Òkúta Laro), onde o seu ancestral Laro havia repousado em outros tempos. A adivinhação é para saber se Oxum está satisfeita e se ela tem vontades a exprimir. Atáója então, volta para a clareira, onde recebe e trata os seus convidados com uma generosidade comparada com a de Oxum, a rainha dos rios.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Festival_de_Osun