O culto se originou na região de Ketu no século XIV, concentrando-se na deificação do poder feminino intrínseco (igba iwa) como centro gerador de vida ou de destruição.
Os membros masculinos da comunidade reconhecem o poder feminino através das cerimonias de mascaras realizadas anualmente em sua homenagem.
Essas cerimonias se espalharam pelos povos Iorubas de Egba, Anago, Saki, Ohero- Ijo, Ifonin e Anori.
Toda a sociedade é consagrada a Yemoja, reverenciada em Ketu como a mãe dos orixás, dona das águas, da feitiçaria, da sexualidade, da família e da alimentação. Sua função é garantir a paz entre os humanos e as Iyami Aje.
Por isso ela representa o sentido de proteção maternal para todos seus filhos, diante do poder destrutivo de Iyami Aje.
As cerimonias de mascaras são a parte publica do culto e se realizam nos mercados por ser o local onde trabalham as mulheres que detém o poder social na comunidade. Mas também devido ao motivo de pedir abundancia.
A cerimonia é anual, organizada de março a maio, meses que marcam a estação agrícola. Sua função é assegurar a fertilidade das sementes, que as Eleye não enviem seus pássaros para arruinar a plantação e que Yemoja influa sobre o poder feminino para que não falte comida e traga muitos filhos.
As cerimonias se resumem em duas etapas:
Gèlèdè
Que se realiza durante o dia, com oferendas de animais, grãos, ovos, epo, mel, etc. às mães ancestrais para que exerçam seu poder em favor da comunidade, invocando as forças dos orixás femininos e sua proteção.
As danças iniciam nos campos semeados e as vão em procissão ate o mercado principal, onde congregam durante todo o dia os dançarinos de varias comunidades.
São os homens quem dançam vestidos de mulher com grandes panos, com enchimentos para aparentar seios, e usando máscaras femininas. O intuito é de equilibrar a masculinidade com o poder feminino de Iemanjá.
Essas mascaras usadas de dia diferem das que se usam a noite.
Èfè
Que se realiza durante a noite, começando ao por do sol.
Aqui se usam mascaras que representam tanto homens como mulheres, porém com um aspecto mais dramático e feiticeiro, numa invocação ao poder da bruxaria, e rendendo homenagens para aplaca-lo.
As danças são executadas de dois a dois e os pares representam um casal, onde o homem dança para evitar o mal de Òsó (bruxo) e a mulher de Àjé (bruxa).
Ha também uma invocação para que a mulher tenha gêmeos ou mais filhos de uma só vez, representados pelas mascaras de Ere Ibeji, usadas por duplas de jovens bailarinos do sexo masculino e com máscaras idênticas.
As mascaras que representam homens se chamam Akogi e as mulheres, Abogi.