
Foi usada pelos padres jesuítas na catequese do negro escravo, daí estar presente na congada tantos elementos religiosos.
Esses folguedos aparecem na forma de cortejos, onde os participantes, cantando e dançando, em festas religiosas ou profanas, homenageiam a São Benedito.
São Benedito, é o santo negro que traz nos braços o menino Jesus e é venerado por grande parte da população brasileira.
Por ter sido cozinheiro no convento Franciscano de Santa Maria, em Palermo (Itália) é considerado o patrono da arte culinária.
As donas de casa recorrem a ele para que não falte comida em casa, os que sofrem de males de estômago para que a comida não lhes faça mal e outros.
Muitos destes folguedos cumprem também um papel auxiliar no catolicismo popular, ajudando tantos e tantos devotos a cumprir suas promessas.
Sua instrumentação varia em cada região, havendo destaque para a percussão, estimulando muitos momentos de bailados vigorosos e manobras complicadas.
Há congos de sainhas, com grande quantidade de caixas, com chapéus de fitas, com manejos de bastões e espadas (alguns grupos exibindo exemplares dos Exércitos dos tempos do Império e início da República).
Às vezes, possuem reinado (rei, rainha, vassalagem) envolvendo parte dramática, com embaixadas e lutas.
Dentre estes, as mais completas são as congadas do Litoral Norte (Ilhabela e São Sebastião), por suas estruturas complexas e presença das marimbas.
A Companhia de Jesus, usou essa prática, que fazia parte dos rituais africanos, transformando-a numa manifestação religiosa.
Foram introduzidos elementos europeus da tradição medieval católica.
A congada é frequentemente composta de dois grupos que simbolizam os guerreiros cristãos e os guerreiros mouros.
As mais frequentes realizam-se na festa de São Benedito, mas também ha congadas durante as festas de Santa Efigênia e de Nossa Senhora do Rosário.
Criada no Brasil durante o período da escravidão, a coroação dos reis do Congo foi a principal manifestação cultural africana do período colonial.
Reconhecida pela Igreja e pelos senhores de engenho, a festa consistia numa procissão que acabava numa igreja (as preferidas eram as de irmandades de negros) onde acontecia a cerimônia de coroação do rei e da rainha do Congo.
Durante a caminhada, escravos rurais e urbanos, negros alforriados e mestiços realizavam cantos, embaixadas, jogos de capoeira e danças africanas.
As congadas atuais são originárias dessas coroações. Realizadas em território nacional de maneiras diversas e mescladas a outras festas, elas basicamente compõem-se de autos teatrais, embaixadas, desafios, repentes e maracatus.
A maior parte delas já não realiza a cerimônia principal e os reis participam da manifestação já coroados.
O casal é formado por personagens históricos: a rainha Ginga, uma variação de Njinga Nbandi, nome de uma rainha de Angola, rival do rei de Cariongo, atual Luanda.
Ironicamente, os inimigos se transformaram em marido e mulher.