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As correntes navegáveis da África estavam apinhadas por cais
e desembarcadouros, que serviam tanto como portos comerciais quanto militares.
A maior embarcação (kanta) podia levar uma tripulação de até oitenta homens. No
Níger em lugar das velas invertidas características da África Negra, os barcos
eram cobertos por esteiras que formavam uma espécie de teto de proteção contra
os elementos. O Askia (rei) era dono de mais de mil pirogas. Cada uma de suas
filhas possuía uma para seu transporte e travessias de lazer pelo rio: tal como
as filhas do faraó faziam no Nilo.
Questiona-se frequentemente se os africanos tenham deixado o
continente por mar pelo Atlântico antes da chegada dos europeus, para
estabelecer relações com outros países. Considerando-se os enormes obstáculos a
superar (todos os rios tinham barreiras), levam os especialistas concluírem
essa questão negativamente. Entretanto, os documentos deixados pelos árabes
permitem algumas reflexões sobre essa questão. Muhammad Hamidullah, citando Ibn
Fadallâh Al Umarity, nos mostra as duas tentativas que o imperador do Mali,
predecessor de Kankan Mussa, para explorar o Atlântico. Na primeira, equipou duzentas
embarcações para uma estadia de dois anos no mar: apenas um dos seus capitães
foi capaz de retornar com seu barco. O relato dado ao imperador da tentativa
catastrófica, só serviu para encorajá-lo a realizar uma segunda expedição.
Equipou dois mil barcos, e embarcou nessa empreitada, deixando o trono para o
sultão Mussa. Desta vez ninguém retornou. O autor desse estudo argumenta a
possibilidade dessa frota, ou talvez a primeira, ter alcançado a América antes
de Colombo. É preciso apontar que os relatos da tripulação de Colombo contem
ter encontrado negros entre os pele-vermelhas, além de fornecerem detalhes sobre
suas vidas: contando que os negros frequentemente se dispunham em conflitos
contra os índios.
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