Império Mossi
Foi uma monarquia constitucional que existiu por volta do
século onze. O Moro Naba, ou imperador, era nomeado pelos laços de sangue, mas
sua nomeação não era automática. Escolhido por um colégio "eleitoral"
de quatro dignitários, presidido pelo primeiro ministro, o Togo Naba, de quem
recebia o poder, tal como na Etiópia. Esse ministro, todavia não era nobre,
Nakomse, e vinha de uma família comum para representar o povo, os homens
livres, todos aqueles que constituíam a nação Mossi.
O imperador era assistido por três ajudantes além do
primeiro ministro:
O Rassam Naba, o Balum Naba e o Kidiranga Naba. Cada um
deles governava uma região além de suas funções de maior ou menor
especialização. O Togo Naba ficava encarregado de quatro distritos reais:
Tziga, Sissamba, Somniaga e Bissigaï. Os Togo Naba vinham de três famílias do
povo residindo respectivamente em Toïsi, Kierga e Nodé.
Após o primeiro ministro, em ordem de importância, estavam o
Rassam Naba e o Bingo Naba, respectivamente chefe dos escravos e da coroa. Ele
também era o guardião do tesouro e o carrasco mór, para a execução de
criminosos. Era o chefe dos ferreiros e os governava em revezamento como o Saba
Naba. Governava o cantão de Kindighi. Por isso, apesar de ser escravo,
governava homens livres, e detinha poder sobre os cidadãos maduros. Iremos
encontrar as mesmas práticas entre os Wolof de Cayor Baol e os Serer de Sine
Salum no Senegal.
O Império de Cayor
No auge do poder, por volta do terceiro ao décimo século, Gana
governava a África tropical. Cayor era uma antiga província que, no século
dezesseis, tempo em que Tarik es Sudan estava escrevendo, tornou-se emancipada,
formando um reino autônomo e independente como o de Djolof tendo como chefe um
Damel.
O conselho governamental que escolhia o rei era composto da
seguinte maneira:
Lamane Diamatil, Botal ub Ndiob, Badié Gateigne-
representantes dos homens livres, com ou sem castas, gor, ger, ou ñeño.
Eliman de MBalle, Sérigne do povoado de Kab - representantes
do clero muçulmano.
Diawerigne MBul Gallo, Diaraf Bunt Ker - representantes dos
Tieddos (aristocratas) e prisioneiros da coroa.
Os Impérios de Gana e Mali
Em Gana, a velha tradição era rigorosamente seguida, e a
sucessão era matrilinear. Apenas ao imperador e sua irmã, a aparente herdeira,
era permitido o uso de roupas cortadas e costuradas. O costume de sucessão por
direito matrilinear era aceito sem justificativas. Embora o direito parecesse
convincente, sua explicação era frequentemente ouvida na África negra, cuja
vida econômica pospunha as condições clânicas que davam origem ao matriarcado.
O Império de Songhai
Songhai, império que floresceu na ultima fase do período de
islamização da África, por volta do século dezesseis, já não estava tão preso
às tradições politicas. Seus costumes lembravam aqueles dos califados de Bagdá
e das cortes da Arábia oriental. As mesmas infindáveis intrigas rodeavam o
trono. Este império parece ter reconhecido o direito à primogenitura. Mas isso era
puramente teórico, pois se o filho mais velho não se mostrasse energético ou
levasse desvantagens nas situações, perderia automaticamente o direito ao
trono, deixando o poder para algum outro filho do rei (rei=Askia). Ou ainda
para alguém que obtivesse o apoio de um alto funcionário.
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