Tecnologia
Metalurgia
Da Núbia ao Senegal, e por toda esta latitude, que parece
pertencer à mesma era de civilização, o sopro das fornalhas acesas produzia o
ferro necessário para as atividades tecnológicas e econômicas. É quase certo
que o combustível utilizado tenha sido a madeira. O uso da metalurgia na África
Negra data de temos imemoriais. A mineração desse metal, sua fundição, e a
maneira de trabalha-lo não foi ensinada por ninguém aos africanos. Em 1956,
M.Leclant, diretor do centro de egiptologia na universidade de Estrasburgo, ao
referir-se à indústria metalúrgica britânica, ressaltou que, nos tempos
clássicos, A Núbia (Meroë) podia ser comparada à Birmingham quanto à produção e
distribuição de metal.
Atualmente as fornalhas de sopro de baya, Durru, Namchi,
Tchamba, Wuté, Marghi, Batta, Dama, etc., ainda estão operantes.
O aparecimento dos bronzes do Benim que os cavalheiros
usavam de diversas maneiras em suas couraças, armando-se dos pés à cabeça,
parece provar que a metalurgia estava a serviço de todo tipo de uso, uma vez
que essas armaduras, sem dúvida alguma, eram de fabricação local. Desde cedo
foi feito todo o esforço para fabricar esses acessórios com outro material que
não o ferro, devido ao clima, mantendo a mesma forma, e preocupando-se em
torna-los seguros e protetores. Eis o porquê de essas armaduras terem demonstrado,
ao final do período histórico do Benim, serem itens puramente decorativos.
Lembremo-nos que muitos dos cavalheiros medievais, que sucumbiram sob suas armaduras
à caminho da Terra Santa, durante as cruzadas, não suportaram o calor e os
rigores do clima.
A técnica de moldar o bronze pelo processo de cera perdida,
responsável pelas belas obras de arte do Benim, foi compartilhada entre a
região atlântica do Golfo da guiné e a antiga Meroë. A ourivesaria, a
fabricação de filigrana de ouro, e a manipulação do cobre, estanho e das ligas
metálicas, haviam sido bastante difundidas durante a África pré-colonial.
Recordemos que Samory possuía cópias de rifles europeus, durante a sua luta de
resistência contra os franceses, feitos pelos ferreiros locais. Ha de
admitir-se que sua eficiência não era a mesma, devido à qualidade inferior do
metal. O oficio de chaveiro também era conhecido nesse tempo na África.
As repetidas vitórias da Nubia contra o exercito romano
(Cornelius Gallus) em 29 A.C, pode nos dar uma ideia do que era o nível
tecnológico desse país naquele período.
O livro e o autor - Veja o link abaixo: