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sábado, 24 de setembro de 2011

As Baianas, com seus trajes típicos

As Baianas, com seus trajes típicos são o ícone da Bahia.
Seus atributos representam a nossa terra em todos os cantos do mundo.
As “baianas” atuais descendentes de africanos (das tribos iorubas, nagô, mina, fula, haussá) são as que mais se esmeram no trajar.
As nagôs, cuja presença maior se nota nos candomblés, são baixas e gordas. Usam cores vivas, berrantes. Saia ampla toda estampada.
A baiana-mulçumana (do Sudão da África), alta e esguia, usa o traje branco imaculado. 
Às vezes, no ombro um “pano da Costa” preto (pano vindo da Costa da África).
O traje típico é a saia rodada, com muitas anáguas rendadas, engomadas. 
Bata (blusa de rendas) solta. 
Pano da Costa, como um xale, sobre o ombro ou turbante. 
Chinelas ou sapatos de salto baixo e muitos enfeites:
Pulseiras, brincos de ouro, prata, coral. 
Algumas nos dias de festa usam uma penca de balangandãs na cintura.
A origem das baianas remonta ao período da Colônia, quando as negras de ganho percorriam as ruas da cidade com tabuleiros equilibrados sobre a cabeça vendendo comida.
No tabuleiro, estavam as iguarias dos orixás, acarajé, vatapá, abará que as filhas de santo comercializavam como obrigação do Candomblé. Só as iniciadas podiam vender o acarajé. Para isso vestiam bata e saia rendada branca, colocavam o torso, o pano da costa, as pulseiras, balangandãs e colares na cor do seu orixá.
As africanas vendedoras de comida foram as primeiras baianas que Salvador conheceu ainda na época da colônia.
Alforriadas ou escravas de ganho, elas vendiam de porta em porta, beijus, cuscuz, bolinhos e outras iguarias da culinária afro-baiana.
Saiam impecavelmente vestidas com batas, saias brancas, torso e pano da costa, enfeitadas de colares, brincos e pulseiras (os balandangãs) e colocavam os tabuleiros equilibrados na cabeça.
Até a comida mais famosa de Salvador, o acarajé, era vendido de porta em porta.
Na sua origem, o acarajé só podia ser vendido exclusivamente pelas filhas de Iansã (Santa Bárbara no sincretismo entre o Catolicismo e o Candomblé), em cumprimento à obrigação do seu Orixá, que determinava inclusive o tempo em que essa obrigação deveria ser mantida.
No ritual, vale lembrar que existe também o acará, bolinho feito especificamente para Iansã, em tamanho maior, redondo e com grandes camarões em cima. Há ainda o acará oval, comida de Xangô, feito com a mesma massa do acará redondo, mas sem camarões. 

O pano da Costa


Dentre as diferentes peças que compõem o vestuário da crioula baiana está o pano da Costa.
A designação "da Costa" era empregada também aos demais produtos importados da África de uso popular: Sabão da Costa, limo da Costa, búzio da Costa, etc.
É uma peça de vestimenta tecida em algodão, lã, seda ou ráfia que a baiana usa sobre suas roupas, ajustando ao corpo conforme a função que desempenha. 
O candomblé tem exercido um papel decisivo sobre o colorido do pano da Costa. 
Obedecendo aos preceitos de cores que o rito prescreve, peculiares a cada orixá, a tonalidade encontra boa margem de variação para cada cor, mas preferências se inclinam para os tons vivos.