A falésia de Bandiagara no Mali, uma fratura geológica de aproximadamente 200 km de extensão, localizada entre a savana e a planície do Rio Níger, serviria como refúgio natural para os Dogons.A denominada “Terra Dogon” é uma área geográfica situada a noroeste de Djenné, tendo como pólo principal de atração o escarpado de Bandiagara, habitado em épocas remotas por tribos pertencentes à misteriosa cultura Tellem, hoje extinta, e retomada na ocupação do território pela também remota e animista cultura Dogon.
Atribuída a razões estratégicas defensivas, se inseriu em terreno tão inacessível um excepcional conjunto de habitações e de celeiros construídos com barro sobre a rocha local, aonde ainda são visíveis as antigas ruínas.
As paredes escarpadas da rocha lhes ofereciam proteção e abrigo, por camuflarem perfeitamente suas casas. Construídas da mistura de argila, palha e esterco bovino, elas eram e ainda são quase indistinguíveis à distância.
Erguidas junto às paredes mais altas do penhasco, estas só eram acessíveis através da escalada da rocha (algumas ainda o são), sobretudo aquelas que serviram de objeto para a ocupação inicial.
O terreno, aqui e ali pontilhado de pedras soltas, dificultava a escravização de seus membros por grupos de cavalaria. E, do alto da falésia, a vista privilegiada sinalizava a aproximação da ameaça quando ainda poderia ser evitada ou seu impacto, minimizado.
A terra dos Dogons, hoje sob a proteção da UNESCO como patrimônio mundial, conta com uma população estimada em 300.000 habitantes, dispersos em um número incontável de vilarejos.