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domingo, 16 de outubro de 2011

Dioscorea Spp. vulgo Inhame

Características

Os inhames (Dioscorea spp.) são plantas trepadeiras anuais ou perenes cuja porção subterrânea produz tubérculos comestíveis.
Existem mais de 150 espécies e cerca de 600 qualidades usadas para fins agrícolas. O gênero é originário das regiões tropicais e subtropicais de ambos os hemisférios.
As espécies maiores atingem até 1,7 metros de altura, tem folhas largas.
Os tubérculos variam em tamanho desde pequenas batatas com alguns centímetros de diâmetro até gigantes com mais de 1,5 m de comprimento e 40 kg de peso.
Dependendo da espécie e variedade podem ter a polpa em cores que vão do esbranquiçado ao amarelo, rosado ou ao roxo.
E com casca mais ou menos rugosa de coloração que vai do esbranquiçado ao castanho-escuro.
A textura da polpa varia entre o macio e o aguado e o seco e o fibroso, dependendo da espécie, da variedade e do seu estado vegetativo.
Quando cultivada costuma ser rústica, dispensando maiores cuidados.
A espécie preferida para a agricultura é a Dioscorea cayenensis, cujas raízes têm coloração tendendo ao roxo.
Outras espécies extensivamente cultivadas são a Dioscorea rotundata, a Dioscorea alata, a Dioscorea batatas e a Dioscorea purpúrea (esta última em Taiwan e no sueste asiático).
A Dioscorea esculenta é a espécie mais utilizada no subcontinente indiano, no sul do Vietnam e nas ilhas do Pacífico Sul. Esta espécie é uma das mais nutritivas.
A espécie com maior expressão nas regiões subtropicais é a Dioscorea bulbifera, conhecida como air-potato yam na América do Norte.
Devido à sua excelente palatabilidade para os humanos, valor nutricional e diversidade de composições culinárias em que pode ser incorporado, o inhame é considerado uma cultura de alto valor, sendo hoje cultivado em todas as regiões tropicais e subtropicais e em algumas regiões temperadas não sujeitas a geadas.
Os inhames vendidos são em geral pelo peso, sendo comum serem fatiados nos mercados para serem comercializados em porções.

Distribuição geográfica da produção

De acordo com a FAO, a produção global de inhame atingiu no ano 2000 cerca de 37,5 milhões de toneladas, cultivadas em cerca de 4 milhões de ha de terra arável.
A África tropical contribui com 96% desta produção, com a restante a ser produzida nas Caraíbas, na América Central e do Sul, com destaque para o nordeste brasileiro, na Nova Guiné e no sueste da Ásia.
O inhame é a segunda cultura em importância para consumo humano na África, representando cerca de 30% da produção da mandioca, o vegetal mais cultivado para alimentação naquele continente.
Das 600 qualidades usadas no mundo, três (o inhame branco, o inhame amarelo e o inhame de água) tem importância fundamental na África Ocidental.
A Nigéria contribui isoladamente com 26 milhões de toneladas, ou seja, cerca de 70% da produção mundial.
Outros grandes produtores são Gana (3,0 milhões de toneladas), Costa do Marfim (2,9 milhões de toneladas), Camarões, Benim e Togo.
Na África negra, o inhame é o principal alimento e o seu cultivo tem um papel central na vida das populações rurais, ocupando 2,8 milhões de hectares em terras cultivadas (95% do total mundial), com rendimentos anuais da ordem das 10 toneladas/hectare.
O mercado doméstico do inhame é bem desenvolvido nas zonas tropicais, representando uma das fontes mais importantes de renda para os pequenos agricultores.
Em algumas regiões, a cultura do inhame é um trabalho feminino.
A capacidade de permanecer armazenado de 4 a 6 meses à temperatura ambiente sem deteriorar é uma vantagem apreciável além de suas propriedades nutricionais.
Essa resistência é bem maior do que a da batata-doce e da mandioca e torna o inhame um componente importante da alimentação.
Seu armazenamento é durante a estação seca para consumo na estação úmida, período em que faltam alimentos frescos.

Utilização

Na África Ocidental a farinha preparada a com os inhames é usada no preparo de uma massa (a amala ou telibowo) que serve para cozinhar.
Nas Filipinas, os inhames são conhecidos como Ube, sendo apreciados como sobremesa (halaya) ou junto com frutas e leite (halo-halo).
O inhame tem um alto valor calórico, sendo rico em proteínas, fósforo e potássio, ocupando a mesma posição que a batata nas regiões temperadas.
Origem do nome e outros usos do vocábulo
O vocábulo inhame ou ñame, usado tanto no português como no espanhol, é originário das línguas sudanesas onde a palavra nyami significa comer. Em inglês é Yam.

Festa da colheita do Inhame

A Sociedade Gelede, integrada por homens e mulheres, cultua as Iya-agba, também chamadas Iyami, que simbolizam aspectos coletivos do poder ancestral feminino.
Dirigida pelas erelu, mulheres detentoras dos segredos e poderes de Iyami, cuja boa vontade deve ser cultivada por ser essencial à continuidade da vida e da sociedade.
O culto tem por finalidade apaziguar seu furor, propiciar os poderes místicos femininos, favorecer a fertilidade e a fecundidade e reiterar normas sociais de conduta.
Seu festival é realizado anualmente, por ocasião da colheita de inhame, e dura sete dias. Quando Iku devolve a terra o que lhe pertence, tornam-se possíveis os renascimentos. Assim considerada, a morte é instrumento indispensável de restituição.
No candomblé, ekuru é o inhame cozido e amassado com dendê.
O inhame é o nome comum dado às plantas do gênero Dioscorea (família Dioscoreaceae), e aos seus tubérculos, cujo uso para fins alimentares está muito difundido nos trópicos, principalmente na África Ocidental, nas Caraíbas e na região Nordeste do Brasil.
Os inhames são usados como acompanhamento de carnes, sopas e saladas, geralmente em pratos salgados, e com menos frequência em bolos e doces.