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sábado, 31 de março de 2012

O Reino do Daomé


História do povo Fon

O Dahomey (Daomé em português) era um reino africano situado onde agora é o Benin.
O reino foi fundado no século XVII e durou até o final do século XIX, quando foi conquistado com tropas senegalesas pela França e incorporado às colônias francesas da África Ocidental.
As origens do Daomé podem ser traçadas a partir de um grupo adjá do reino costeiro de Aladá que se deslocou para o norte e estabeleceu-se entre povos fons do interior.
Por volta de 1650, os adjá conseguiram dominar os fons e o Hwegbajá declarou-se rei de seu território comum.
Tendo estabelecido sua capital em Agbome (ou Abomei), Hwegbajá e seus sucessores conseguiram estabelecer um Estado altamente centralizado com base no culto da realeza estruturado em sacrifícios (incluindo sacrifícios humanos) aos antepassados do monarca.
Toda a terra era propriedade direta do rei, que coletava tributos de todas as colheitas obtidas.
Economicamente, entretanto, Hwegbajá e seus sucessores lucraram principalmente com o tráfico de escravos e relações com os escravistas estabelecidos na costa.
Como os reis do Daomé envolveram-se em guerras para expandir seu território, e começaram a utilizar rifles e outras armas de fogo compradas aos europeus em troca dos prisioneiros, que foram vendidos como escravos nas Américas.
No reinado de Rei Agadjá (1716-1740) o reino conquistou Aladá, de onde a família governante se originou, desse modo ganhando o contato direto com os comerciantes de escravos europeus na costa.
Não obstante, Agadjá era incapaz de derrotar o reino vizinho de Oió, principal rival do Daomé no comércio de escravos e, em 1730, transformou-se um vassalo de Oió, embora conseguisse ainda manter a independência do Daomé.
Mesmo como um Estado vassalo, o Daomé continuou a expandir e florescer através do comércio escravista e, mais tarde, através da exportação de azeite de dendê produzido em grandes plantações.
Pela estrutura econômica do reino, a terra pertencia ao rei, que detinha o monopólio de todo o comércio.
O seu apogeu econômico ocorreu no início do século XIX com a exportação de grande quantidade de escravos para o Brasil e Cuba, tanto que o litoral era conhecido como Costa dos Escravos.
Um dos mais famosos traficantes de escravos nesta época foi o brasileiro Francisco Félix de Souza, o Chachá de Uidá, protegido do rei Guezô.
O Daomé foi enfim conquistado pela França em 1892-1894.
A maioria das tropas que lutaram contra o Daomé era composta por africanos nativos, a isto se acrescentou o sentimento de hostilidade contra o reino, particularmente entre os iorubas, levando à sua derrota final.
Em 1960 a região alcançou a independência como a República do Daomé, que mudou mais tarde seu nome para Benin.
Os Palácios Reais de Abomei, a capital daquele reino, foram consideradas, em 1985, pela UNESCO, Património Mundial.