Os Maronitas
Durante as cruzadas combateu ao lado dos cristãos contra os
ímpios.
Ao aproximarem-se os exércitos, desciam da montanha,
alimentavam e vestiam os cruzados nus e com fome.
Sempre que os turcos entravam sedentos de sangue pelo seu
território, sofriam como mártires o sacrifício sem protestar.
O ódio do Maometano seguia-os, entretanto, na vida simples e
indolente dos mosteiros.
Em 1860 os druzos, povo pagão e feroz, recordando velhos
ódios religiosos, atiraram-se subitamente sobre os pobres maronitas, traídos e
abandonados.
A carnificina foi horrenda.
A França então, sempre benevolente para os cristãos do
Oriente, mandou uma esquadra às águas do Levante, forçando o Turco a modificar
o governo do Líbano e a dar-lhe uma certa autonomia.
Desde essa época o governo é cristão nomeado pelas sete
grandes potências européias, a câmara dos representantes faz-se por eleição
livre e o chefe da policia deve ser cristão.
O chefe da polícia em todos os povos do Oriente representa
um papel formidável.
Extremamente religiosos, os maronitas dependem civil,
militar e religiosamente, em qualquer parte em que se achem, dos sacerdotes, e
a hierarquia da sua igreja compõe-se de um prelado, com o título de Patriarca
de Antióquia e de todo o Oriente, de doze bispos diretores de doze dioceses e
de um número infindável de sacerdotes inteligentes e bons.
João do Rio - As Religiões no Rio, João do Rio,
Domínio Público - Biblioteca Virtual de Literatura
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