O Incidente de Fashoda de 1898 foi um dos conflitos cruciais
para que a Europa consolidasse suas possessões no continente africano.
Levou ao Reino Unido e França à margem de uma guerra porém
culminou em uma grande vitória estratégica para o primeiro, e dispôs as bases
para o "Entente cordiale" de 1904 entre as nações rivais.
O conflito surgiu a partir de algumas batalhas sobre o controle
de certas regiões no Nilo, devido à expansão do Reino Unido até o Sudão.
O avanço francês até o interior da África veio pela África
Ocidental em direção ao leste, através do Sahel, beirando o sul do Saara, um
território que atualmente engloba Senegal, Mali, Níger e Chade.
Seu principal objetivo era o de obter uma ligação
ininterrupta entre o Rio Níger e o Nilo, de maneira a controlar todo o comércio
da região do Sahel, em virtude do controle existente sobre os caminhos das
caravanas que atravessavam o Saara.
Os britânicos por outro lado, queriam unir suas possessões
na África Austral (atuais África do Sul, Botsuana, Zimbábue, Lesoto, Zâmbia e
Suazilândia) com seus territórios em África Oriental (atual Quênia) e ambas com
a nascente do Nilo.
O Sudão era a chave para a realização destas ambições, desde
que o Egito ficou sob o controle britânico.
Esta "linha vermelha" através da África foi o
feito mais famoso de Cecil Rhodes.
Junto com Lord Milner, o (ministro colonial britânico na
África do Sul), Rhodes defendeu tal império desde "a Cidade do Cabo ao
Cairo" unindo por vias férreas o Canal de Suez com essa parte rica em
minerais ao sul do continente.
Rhodes exerceu pressão com êxito em nome do império, até ser
impedido pela ocupação alemã de Tanganica ao final da Primeira Guerra Mundial,
Se desenharmos uma linha que vai da Cidade do Cabo até o
Cairo, e uma de Dacar até o Corno da África (à oriente), essas duas linhas
interceptar-se-iam em alguma parte do leste do Sudão perto de Fashoda, o que
explica a sua importância estratégica.
O Reino Unido buscara estender continuamente o seu império
da África Oriental, do Cairo ao Cabo da Boa Esperança, e a França procurou
estender suas próprias possessões de Dacar até o Sudão, permitindo ao seu
império o acesso desde o Oceano Atlântico até o Mar Vermelho.
Um exército sob o comando de Jean-Baptiste Marchand foi o
primeiro a chegar ao forte de Fashoda, estrategicamente localizado, seguido bem
de perto pelo batalhão britânico comandado por Horatio Kitchener, comandante e
chefe da armada britânica desde 1892.
Os franceses retiraram-se após um empate, mas continuaram
reclamando a posse de outros postos da região.
Em março de 1899 os franceses e britânicos concordaram que
as nascentes dos rios Nilo e Congo marcariam a fronteira de seus domínios.
Fonte consultada: Wikipedia
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