É provável que esse seja um povo descendente dos lendários
Sao. Os manuscritos de Bornu e as escavações feitas por M. Lebeuf e Marcel
Griaule, contam-nos que os Sao também eram conhecidos por Sow e Si. Que eram
gigantes, passavam a noite inteira dançando, deixaram inúmeras figuras de
terracota que revelavam o seu tipo étnico, com cabeças em formato de pera.
Todas essas características são encontradas nos Laobés. Seu
único nome totêmico é Sow, que tem sido erroneamente confundido com uma palavra
Peul. Seu único objeto sagrado é chamado sao-ta. Eles são todos avantajados e
as mulheres chegam a medir facilmente 1,80m de altura e os homens 2 metros ou
mais. Possuem bela musculatura e tem conformação atlética.
Seus crâneos tem formado de pera idênticos àqueles
representados pelas estatuetas Sao. A sua única ocupação é a de fabricar
utensílios entalhados em troncos de madeira para equipar as cozinhas de todas
as outras castas da sociedade africana e não apenas para os Peul. Sua grande
paixão é a dança, especialmente as mulheres. Elas participam de todas as festas
e de outros eventos sociais. No Senegal, sua dança principal é a kumba laobé
gâs.
Os foram erroneamente considerados como sendo uma casta dos
Peul e dos escultores Tuculor. Esse erro vem em parte pelo fato deles falarem a
mesma língua desses dois povos. O fato dos Laobé serem sempre bilíngues tem
sido negligenciado, ao menos no Senegal. Eles falam o Wolof tão fluentemente
quanto o Peul, porém seu sotaque em Wolof não é o mesmo dos Peul ou Tuculor, o
que não seria explicável se eles pertencessem ao mesmo grupo étnico que eles,
diferindo apenas de casta. Os laobé parecem ter sido um povo que perdeu sua
cultura e cujos elementos dispersos se adaptam por aprenderem as línguas das
regiões aonde residem. Os nomes totêmicos que eles usam além de Sow refletem a
sua mistura com os Peul, Tuculor e outros grupos. O reverso também vale, e isso
explica porque alguns Peul possuem o nome Sow, ao lado de ba ou Ka.
Os laobés vivem espalhados por diferentes vilarejos no
Senegal e em outras partes. Não possuem moradias fixas, sendo impreciso afirmar
que eles habitam Futa Toro (no Senegal) ou o Futa Jalon (na Guiné), territórios
dos Tuculor e Peul. Eles formam grupos esporádicos em meio a grupos étnicos
maiores. Os Laobés do Senegal já não conseguem mais localizar com precisão seu
habitat original. Sua organização social também foi completamente diluída; eles
não possuem mais chefes tradicionais. O membro mais respeitado do grupo cavalga
uma mula, enquanto os asnos são reservados para os outros Esse é o caso de Med
Sow Wediam, um laobé muito influente, mas que não pode ser chamado propriamente
de rei. Além disso, ele obteve sua confiança devido à sua conversão ao
Muridismo de Amadu Bamba. Os Laobés comungam pela fé no sao-ta que os protege
não apenas no oficio de entalhe como também na circuncisão, costume que
herdaram dos povos vizinhos.
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